segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

REESCREVENDO POSTAGENS X

Antropologia -  Leitura do Coletivo.
Para que as populações consideradas marginalizadas, rotuladas como raças inferiores, viventes na pobreza se empoderem e possam conhecer a sua história nos é dado como suporte para tal o  artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio, públicas e privadas. Incluído na LDB em 2003 e aperfeiçoado em 2008, o artigo propõe o estudo da história da África e dos africanos, da luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Ao estudar suas origens os alunos podem passar a ter orgulho da mesma, buscando através de suas ações a libertação de preconceitos a muito vinculado a imagem dos negros e sua cultura. 
Leciono em uma escola de periferia e o que chama a atenção nestes lugares, periferias e vilas,  é que as comunidades marginalizam a si próprias, com ações que degradam o meio em que vivem, suas famílias e até a escola, mas não possuem noção deste fato, nem se reconhecem como marginais. Além de sofrerem o preconceito social  não procuram formas de sair do círculo vicioso de marginalidade que estão inseridos. Arroyo (s.d.) escreve que:
É significativo que os próprios coletivos pensados como excluídos não usem esse adjetivo para nomear-se e identificar-se. Não se aceitam pensados nem como marginais, nem como excluídos. Nem defendem os projetos e pedagogias de inclusão, escola, currículos inclusivos. Nem lutam para que sejam mais eficientes, com mais recursos, que os incluam logo a todos. Se sabem produzidos e inferiorizados em processos sociais, políticos, culturais e até pedagógicos bem mais radicais. Consequentemente suas ações são mais radicais. (ARROYO, s.d.)
A LDB vem , como disse dar um apoio efetivo no combate ao preconceito, a marginalização imposta pela sociedade e a este conceito reforçado por alguns integrantes de algumas comunidades negras ou de baixa renda. O estigma é forte, reforçado por uma cultura europeia, onde a cultura negra e indígena sempre foi vista como selvagem, onde negros e índios possuíam uma imagem estereotipada pelo brancos. Proftavares (2015) escreve sobre como começou esta marginalização.

A problemática da transição da ordem social escravocrata e senhorial para o ambiente do capitalismo próprio da República que nascia em 1889 evidenciaria a condição de marginalidade do negro. O esforço de inserção na nova ordem social – ancorada no estilo de vida individualista e competitivo próprio do liberalismo capitalista – era frustrado pela desorganização de negros e mulatos no novo contexto social. Isso porque a extinção da escravatura não promoveu a reintegração dos antigos escravos, relegando-os ao seu próprio destino, mantidos à sombra da sociedade que se modernizava.
O estatuto de pessoas juridicamente livres não significou, portanto, mudança substancial na condição de excluídos dos antigos escravos, impedindo-os de alçarem-se categoria de cidadãos.Marcados pela pauperização e desorganização, os negros viviam dentro da cidade, mas não progrediam com ela. O fim da escravidão não significou portanto a liberdade para o negro. (Proftavares, 2015)
 Faz parte das atribuições dos professores deste século acabar com tais estigmas e preconceitos, dando condições de empodeiramento aqueles cidadãos que não se reconhecem como tal.


Referências.
ARROYOI, Miguel G. - Ações Coletivas e Conhecimento: Outras Pedagogias?
PROFTAVARES; História para o ENEM: A cultura negra no Brasil: história e luta. 22 setembro,2015; https://blog.enem.com.br/historia-para-o-enem-cultura-negra-no-brasil-historia-e luta/

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Reescrevendo postagens IX

Filosofia - Diversidade


A educação vem sofrendo transformações, onde o diferente deve ser incluído e temas diversos e atuais devem ser trabalhados. Para garantir que tais temas sejam trabalhados existem os PCNs e Leis que garantem que tais assuntos sejam discutidos e argumentados dentro  das salas de aulas, pois é na infância que vamos afastando das crianças preconceitos ,seculares, incutidos desde cedo pelo meio em que vivem. A diversidade sempre existiu, mas estava sempre a margem da sociedade. É dever da escola (gestão ) proporcionar aos professores condições de trabalharem a Diversidade.  Na apresentação dos  PCNs (1997) está registrado que:  

Novos atores, novos direitos, novas mediações e novas instituições redefinem o espaço das práticas de cidadania, propondo o desafio da superação da marcante desigualdade social e econômica da sociedade brasileira, com sua conseqüência de exclusão de grande parte da população na participação dos direitos e deveres. Trata-se de uma noção de cidadania ativa, que tem como ponto de partida a compreensão do cidadão como portador de direitos e deveres, mas que também o vê como criador de direitos participando na gestão pública.

A lei  no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 regulamenta que , também, devemos oferecer aos alunos a oportunidade de conhecer a cultura afro-brasileira e africana, pois o negro ainda é visto como diferente e inferior mesmo após  tantos anos da abolição da escravatura. Essa lei auxilia  e ampara o professor a buscar e trabalhar conteúdos transversais.

 Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Nesta semana que comemoramos "A Consciência Negra", fica latente o quão importante é trabalhar a diversidade, nos temas transversais, e a cultura negra, pois os alunos mostram-se atentos, curiosos, argumentam e pesquisam com um interesse genuíno sobre assuntos pertencentes, muitas vezes a suas etnias e escolhas.

Referência:
Parâmetros Curriculares Nacionais : apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/busca?q=Art.+26A+da+Lei+de+Diretrizes+e+Bases+-+Lei+9394%2F96

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Reescrevendo postagens VIII

Projeto de Aprendizagem.
Relendo as postagens, encontrei  esta postagem que fala do Projeto de Aprendizagem. Nele eu fazia referência as diferenças de Projeto de Aprendizagem e Projeto de Ensino. Na época estava um pouco confusa sobre o tema, pois nunca havia trabalhado com PA. Ao fazer o estagio do PEAD, neste semestre a professora  comentou que gostaria que o estágio fosse com PA. Um grande planejamento foi realizado para o estágio visando o PA, pois, 

                                                           O desenvolvimento de um projeto de aprendizagem consiste na busca por  informações que esclareçam as indagações de um sujeito sobre a sua realidade.  Essas indagações se manifestam por inquietações advindas de suas vivências e  necessidades em conhecer e explicar o mundo. O objetivo é o desenvolvimento de um processo de aprendizagem que alcance a construção de novos conhecimentos,  em que o aprendiz possa sistemar informações ampliando sua rede de significações, possa reestruturar o raciocínio lógico sobre os novos significados enquanto elabora sínteses de respostas descritivas e explicativas para sua  curiosidade [...] (FAGUNDES, et.al., 2006, p.30).

Neste projeto ainda foi solicitado pela professora o uso das tecnologias digitais.


[...]a tecnologia é utilizada para o desenvolvimento da  autonomia  , da autoridade , da cooperação , do respeito mútuo e da solidariedade interna; para desenvolver competências; para ajudar a compreender como aprendemos, a partir de reflexões sobre o próprio processo de aprender ao utilizar as tecnologias – metacognição. Essa forma de perceber o uso das TDs é viabilizada por meio da criação de projetos de aprendizagem que priorizem a interdisciplinaridade; da proposição de casos, desafios e da construção de soluções individuais e coletivas; da constituição de redes de comunicação, de interação e de aprendizagem; da formação de comunidades virtuais. Nessas propostas, a aprendizagem é provocada e se traduz em movimento a partir da ação do sujeito em interação com o objeto de  conhecimento . Consiste em um processo individual, interno, de estabelecimento de uma rede de relações, atribuindo significado à nova informação, transformando-a em conhecimento (SCHLEMMER, p.37).

                          Qual foi minha surpresa, que após mais ou menos  uma semana de estágio  a sala de informática foi fechada e não foi autorizada pela direção da escola usar nenhum tipo de tecnologia , ainda, disponível na escola. Foi muito frustrante, mas decidi que o PA continuaria. Neste momento estamos na Meta 4 do PA, e todas as etapas têm sido satisfatórias. As metas percorridas com exito e os alunos construindo o conhecimento através de suas pesquisas, entrevistas e trabalhos. Tem sido bem gratificante o estágio com o PA. Vê-se melhor os resultados das aprendizagens dos alunos.

                                             Quando falamos em “aprendizagem por projetos” estamos necessariamente nos referindo à formulação de   questões pelo autor do projeto, pelo sujeito que vai construir conhecimento. Partimos do princípio de que o aluno  nunca é uma tábula rasa, isto é, partimos do princípio de que ele já pensava antes. E é a partir de seu   conhecimento prévio, que o aprendiz vai se movimentar, interagir com o desconhecido, ou com novas situações,    para se apropriar do conhecimento específico – seja nas ciências, nas artes, na cultura tradicional ou na cultura  em transformação. Um projeto para aprender vai ser gerado pelos conflitos, pelas perturbações nesse sistema  de significações, que constituem o conhecimento particular do aprendiz. (FAGUNDES).
Referências:
 FAGUNDES, Lea da Cruz - Aprendizes do futuro: as inovações começaram!
 FAGUNDES, L.C. et. al. Projetos de aprendizagem - Uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista   Brasileira de Informática na Educação Volume 14 - Número 1 - Janeiro a Abril de 2006
 SCHLEMMER, Eliane. O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista Textual, p. 37, Setembro 2006.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Reescrevendo postagens VII

Deficiência e diversidade.

Lendo o texto  "Deficiência e diversidade", onde escrevi que sempre existiram deficientes, explanaria, agora, que os deficientes em  épocas anteriores e culturas diferentes sempre foram tratados ou vistos como um estorvo, à família, ao clã ou a tribo. Nos séculos passados a vida era muitíssimo mais difícil. Um deficiente era uma boca a mais para comer, dava muito trabalho para ser tratado em casa era motivo de vergonha familiar e não produzia seu próprio sustento. Hoje, com o advento da inclusão, podemos dizer que a inserção do deficiente está mais aceitável na sociedade. Há novos parâmetros de convivência familiar com o deficiente e uma nova cultura onde deve haver a inclusão e a acessibilidade. Portas estão abertas aos diferentes e deficientes, pois há leis que os respaldam. Claro que há, ainda, um longo caminho a ser percorrido, mas os deficientes já possuem, na medida do possível leis que asseguram sua subsistência, sua inclusão e sua acessibilidade. O panorama cultural está mudando e o deficiente não é mais visto somente como um estorvo. Há pessoas com deficiências inclusos no mercado de trabalho, na educação e em vários ambientes. Não estou afirmando com isto que está tudo ótimo, mas já há grandes avanços neste sentido. O deficiente é visto, no presente, como ser social, que tem seus direitos e deveres e muitos são considerados capazes e autônomos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Reescrevendo postagens VI

Libras & Música

         Ao reler esta postagem me dei conta da mediocridade da mesma. Não consegui argumentar nada das disciplinas e somente fazer queixas.  Se fosse hoje escreveria que as duas disciplinas são de suma importância no currículo do professor. É uma pena que nós professores só consigamos ter contato com estas disciplinas na faculdade ou em algum curso fora da mesma quando procuramos uma especialização. Seria importante não esquecermos  todos os ensinamentos obtidos neste período de aprendizado. Em LIBRAS, com certeza,  é mais difícil de mantermos na memória tantos símbolos feitos com as mãos, pois ainda não temos um número expressivo de pessoas surdas inclusas nas salas de aula. Salientaria, também, a luta dos surdos pelo reconhecimento através  das lutas do movimento surdo brasileiro. Sempre excluídos e colocados à margem da sociedade. Campello & Rezende escrevem que:

Somos intelectuais em busca de uma produção política legítima para a educação dos surdos, que significa uma política educacional permeada pelas necessidades e anseios dos alunos; uma política que condiz com nossa luta, com nossas experiências de vida, com nossos anseios pelos e ao lado de nossos pares surdos, em busca do direito de as crianças surdas terem, desde a mais tenra idade, a possibilidade de adquirir a Identidade Linguística da Comunidade (CAMPELLO;REZENDE)

 Quanto a Música acredito, hoje, que deveríamos utilizar mais a mesma em sala de aula. Ao aprender sobre as tecnologias digitais constatamos que a música é mais uma ferramenta que auxilia no aprendizado.  Infelizmente, na correria do dia a dia acabamos por excluir a música do nosso planejamento. Araújo diz que: A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande relevância na vida de uma criança despertando sensações diversas, tornando-se uma das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e instigar a memória das pessoas (ARAÚJO), continua afirmando que: 

Sabendo que as aulas de educação artística, onde a música está inserida não tem um papel de grande destaque no currículo escolar, uma vez que as disciplinas seguem uma regra hierárquica, onde as que são tidas como as mais importantes para o desenvolvimento escolar do aluno tem um enorme destaque e são tidas como as demais necessidades para a vida escolar e social do aluno, enquanto as demais disciplinas que estão presentes no currículo são levadas em “banho-maria” nas salas de aula (ARAÚJO).

Araújo diz ainda:

Pode-se atestar que através da música as distintas áreas do conhecimento podem ser incitados. Temos na musicalização um apetrecho para amparar os educandos a desenvolverem o espaço que une expressão de sentimentos, valores culturais, ideias e facilita a comunicação própria do indivíduo. Portanto cabe a nós buscarmos a maior variedade de informações e inserirmos o conhecimento no nosso convívio no dia a dia para que assim interfiramos positivamente e provoquemos nos alunos a verdadeira motivação (ARAÚJO)
A educação musical necessita considerar que o ensino e a aprendizagem de música não ocorrem apenas na sala de aula, mas em circunstancias mais ampla. Por isso, o professor não deve discutir a música na escola, mas refletir sobre em que a educação musical pode ajudar no dia a dia dos alunos, interesses e dificuldades, buscando sempre decifrar a realidade em que vivem e atuam e quais formas de conhecer e aprender. (ARAÚJO).
O ato musical no espaço escolar ajuda no processo de aprendizagem despertando e estimulando a área afetiva, cognitiva e linguística das crianças. As regalias que a música proporciona nesta fase, seja pela expressão de emoções, seja pelo raciocínio, sociabilidade, concentração, comunicação, é de grande aproveitamento para a vida (ARAÙJO). 
CAMPELLO, A. R.; REZENDE, P. L. F. Em defesa da escola bilíngue para surdos: a história... 72 Educar em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 2/2014, p. 71-92. Editora UFPR Surda.
ARAÚJO, Kenia Kerlley Saraiva de, (https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-contribuicao-da-musica-para-desenvolvimento-e-aprendizagem-da-crianca.htm)

Reescrevendo as postagens V

Brincar

          Na primeira aula, presencial, de Ludicidade, voltei a ser criança! A muito tempo não me permitia brincar. Redescobri em poucos minutos a importância das brincadeiras e de como elas nos influenciam. Sai da sala de "bom humor" e com a séria intenção  de usar a brincadeira dentro da sala de aula. No dia seguinte, entrei na sala de aula, larguei a bolsa, dei bom dia e me virei de frente para o quadro, encostada no mesmo, comecei a contar 1, 2, 3, ...10. Qual foi a minha surpresa ao escutar os alunos se escondendo debaixo das classes. Eles, os alunos, com certeza sabiam que seriam encontrados, mas adoraram a novidade, alguns até conseguiram ser mais rápidos e "bater no ferrolho": 1, 2, 3, fulano, ... Foi muito bom!
          Lendo os textos sugeridos, me convenci que a brincadeira é muito mais importante do que imaginava, e que é realmente algo muito sério e necessário. É através das brincadeiras que muitas crianças organizam ativamente situações que estão vivendo passivamente. Que as mesmas se socializam, interagem e aprendem a dividir. Aprendem limites e regras, e as regras mais importantes aprendidas nestes momentos não são as regras ditadas pelo adulto e sim a regras escolhidas pelos seus semelhantes, aqueles que brincam junto. Através da brincadeira os pequenos desenvolvem a cognitividade, aprendendo com o faz-de-conta a resolver situações que as vezes são frustrantes, mas concernentes as suas idades.
          Huizinga (1971) entende o jogo como elemento fundante da cultura, e que as instituições sociais evoluem a partir de práticas lúdicas.
          A brincadeira não é necessariamente algo que deva ser coerente ou sempre certo, pelo contrário ao brincar e errar ou fantasiar é dali que resultam aprendizados  tão importantes. Em varias ocasiões são usadas técnicas com brincadeiras como em terapias , dinâmicas de emprego, aulas de graduação, seminários, ..., lugares onde o adulto deve ser lembrado que a brincadeira é algo essencial importante no amadurecimento humano. Wenner (p. 28, 2011) escreve que: "Muitos  programas de treinamento executivos apostam em brincadeira infantis para ajudar profissionais e se conhecer melhor."
          Portanto, brincar além de ser muito bom, faz parte da evolução do indivíduo. O brincar se torna importante a medida que auxilia " a manter a saúde emocional" Wenner (2011), auxiliando a criança a passar os períodos de ansiedade, confusão e construção da identidade. Outro fator importantíssimo da brincadeira é a parte social, onde a criança, com o brinquedo, inicia sua socialização aprendendo a repartir e se colocar no lugar do outro. A criança inicia um processo de resolução e compreensão das diferenças com seus pares. Ao começar a amadurecer as pessoas esquecem-se de continuar brincando. Deixam a rotina e a ansiedade tomar conta. Esquecem-se como é ser criança e passam a não entender a necessidade da criança de brincar. Normalmente quando uma criança entra para a escola, o pai começa a deduzir que: se não há nada escrito no caderno aquele dia e a criança foi para o pátio brincar, aquele dia foi perdido e ela não aprendeu nada. Infelizmente não sabe quão grandiosos foram os aprendizados daquele dia. 

Referência.
WENNER, Melinda - Brincar e coisa séria - Mentecérebro, janeiro 2011.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Reescrevendo postagens IV


               A criança usa as quatro operações muito antes de entrar na escola, faz isso de forma  pura e simples. Ao ingressar na escola são apresentados aos alunos números e símbolos, o que de certa forma perturba seu singelo saber. Ao aprender na escola  as operações aritméticas o aluno se depara com fórmulas, modelos e rotinas de resoluções de problemas, e estes problemas são progressivamente colocados em graus de dificuldade conforme  a evolução do entendimento do aluno. Muitas vezes o aluno necessita aprender alguns conceitos para poder se apropriar  do conteúdo, pois só a técnica não é o suficiente para a aquisição dos conceitos. Também é necessário para a aquisição dos conceitos em matemática técnicas que usem materiais  concretos e situações do cotidiano e de interesse dos alunos.    
              O professor tem seu papel neste contexto , Smole e Muniz   escrevem que:  “Como educadores, almejamos encantar nossos alunos de modo que explorem situações que sejam desafiadoras para eles e que os estimulem a realizar descobertas, identificar relações, enfim, que aprendam a gostar de estudar e aprender matemática. (SMOLE; MUNIZ, p. 20,  2013)”
É necessário, também, auxiliar ao aluno a aprenderem a fazer cálculos que sejam úteis, que possam utilizar no dia a dia. Não adianta apresentarmos aos alunos cálculos que  não possuem ideia para que servem. É necessário que ao invés de fazê-los estudar e decorar a tabuada apresentar-lhes as tecnologias que facilitam  as rotinas no que se referem aos cálculos.
Historicamente, observa-se que há técnicas operatórias que desaparecerem e se tornam obsoletas, por exemplo, a extração de raiz quadrada ou cúbica de um número. Elas deixaram de ser utilizadas, pois surgiram instrumentos e técnicas de cálculos mais eficientes e práticos [...] como calculadora e o computador, que permitem ganhar tempo e evitar o trabalho enfadonho. (SMOLE; MUNIZ , p. 22, 2013).
                 O aluno deve apropriar-se das operações aritméticas conhecendo os conceitos e atribuições dos cálculos, mas necessariamente não necessita fazer os cálculos  somente no papel, pode usar sim computadores e calculadoras que facilitem sua vida e otimizem seu tempo.
SMOLE, Kátia S. , MUNIZ, CristinoA. – A matemática na sala de aula: reflexões e propostas para os anos iniciais do ensino fundamental, Porto Alegre: Penso, 2013.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Reescrevendo Postagens III


Esta semana em Seminário IV foi nos apresentado um power point sobre Escrita e Autoria. Refletindo, escrevo, agora ,neste momento autora, sobre  o Curso PEAD, que é uma experiência totalmente nova desde o ingresso no mesmo. Ocupar o lugar de autor envolve responsabilizar-se pelo seu dizer, tanto pelo aspecto jurídico da escrita e da assinatura, como mostra o filósofo Michel Foucault (2004).  As primeiras publicações, considero  autorias modestas. No decorrer desta jornada, me analisei e "descobri" que escreve sem objetivos,  sem convicção ou argumentação aquele sujeito que pouco lê. Confesso que sou, ou era, uma destas pessoas. Nunca tinha tempo para ler,  estava sempre cansada, pois " a desculpa do cego é a bengala", e hoje, na obrigação de me superar, de tirar boas notas no curso, de aprender, deixo o cansaço de lado e me ponho a ler tudo que posso. Claro que ainda tenho meus limites, mas acho, em minha humilde percepção que estou melhorando e no caminho certo. [...]ler e escrever são fundamentais para ser e sentir-se adequadamente inseridos no mundo. Precisamos disso, pois ao contrário do que possa imaginar, o processo de formação do sujeito é na verdade uma auto-formação (Berna, 2011).
Outrora não teria coragem de escrever, hoje já o faço com pouco  mais de entendimento e confiança, pois não me nego em dizer o Curso PEAD é um divisor de águas em minha vida. Minha mente está mais aberta e meu senso crítico mais apurado, buscando coesão, coerência e concatenação de ideias. Confesso minhas dificuldades em caracterizar um texto como dissertativo, narrativo ou argumentativo. Ser autor faz profissão que escolhi e me sinto na obrigação de evoluir. “Quando somos o que escrevemos, a(r)riscamos: somos escritores, protagonistas de nossa obra”.(Trece, 2003, p. 115).
Para ser autor não é necessário somente escrever, mas escrever bem, pois, “ Uma boa redação transmite sensação de confiança, [...](SILVA, 2016), assim nos  destacamos como seres cultos, questionadores e reflexivos.


http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/a-importancia-da-boa-escrita-na-vida-profissional/94289/

Reescrevendo Postagens II


São vários os fatores que dificultam o aprendizado escolar e a alfabetização,  podemos começar pelos alunos que apresentam dificuldades com laudo técnico, com problemas como dislexia, disgrafia, discalculia,  disortografia, hiperatividade, déficit de atenção, ... E nas escolas ou postos de saúde não há profissionais capacitados para atuar com estas crianças.“A alta prevalência e a persistência da dislexia do desenvolvimento durante a vida toda e os seus efeitos sobre a qualidade de vida tornam a dislexia um dos problemas mais importantes de saúde pública”. (GRIGORENKO, 2003).
                    Outros fatores que contribuem para o quadro de dificuldades são: a escola não estar preparada para receber os alunos desta geração, teria que rever conceitos, currículos e práticas pedagógicas, abordando conteúdos de forma diferenciada. As escolas, também  não se encontram estruturalmente preparadas, pois  as salas de aula, laboratórios, tanto de tecnologias , de  Ciências e bibliotecas estão sucateadas,  em péssimas condições. Também, não é prioridade dos responsáveis pela educação, salas de recursos e reforços. Ainda com referência e escola, a mesma se encontra sobrecarregada com tantas atribuições como aprendizado, educação, limites,  lidar com a violência dentro e fora da sala de aula, falta de recursos, ...
                     O meio, violento e agressivo, em que as escolas e alunos estão inseridos, também contribuem em muito para a dificuldade dos alunos se alfabetizarem. Como um aluno pode conseguir aprender se há conflitos  familiares que não conseguem entender nem o porquê daquelas situações como : separações, abandono, violência doméstica, drogas, alcoolismo na família, miséria,  ... Souza coloca, a partir de autorrelatos de professores, que os grandes motivos dos encaminhamentos para os atendimentos psicológicos relacionam-se aos mais diversos tipos de queixas dos alunos. (Souza, 2005)
              A falta de motivação, também, é fator importante que dificultam  o aprendizado.   Para Vygotsky, o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. A não motivação ou desmotivação  interfere diretamente na aprendizagem. As motivações dependem do professor, dos seus planos de aula e estratégias diferenciadas para interessar seus alunos. “ Para motivar os alunos, é imprescindível analisar as formas de pensar e aprender para desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a afetividade (Werneck, 2000)

Refrências:
GRIGORENKO, E. L. The first candidate gene for dyslexia: Turning the page of a new chapter of research. Proceedings of the National Academy of Sciences of The United States of America, Washington, v. 100, n. 20, p. 1190-1192, 2003.
Souza MPR. Prontuários revelando os bastidores do atendimento psicológico à queixa escolar. Estilos Clin. 2005;10(18):82-107.
Vigotsky LS. Pensamento e linguagem. 3a ed. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Reescrevendo Postagens I

              Na postagem de 08 de novembro de 2015, sobre Alfabetização escrevi que:   A alfabetização é um processo que se inicia meses após o nascimento e se desenvolve plenamente se houver um mediador, ou seja, alguém que ensine a criança. Todo este processo de aprendizagem, a alfabetização,  não é natural e requer um esforço considerável, tanto de quem ensina, como de quem aprende, ainda que isto aconteça de forma despercebida.
              Para complementar, hoje, usaria teorias para afirmar minhas colocações como descreve  Weisz  ao escrever sobre Emília Ferreiro e a revolução que a mesma gerou em torno da alfabetização:  “Ambiente Alfabetizador”designa de maneira condensada, um ambiente que propicia inúmeras interações com a língua escrita, interações mediadas com pessoas que sabem ler e escrever (Weisz, p.12). Reforçando:  Kupfer ao escrever sobre Freud relata que: “As primeiras lições foram recebidas de sua mãe, e a elas seguiram-se as do pai. Ambos ensinaram-lhe as primeiras letras, assim como o introduziram nos primeiros textos bíblicos e na religião (Kupfer, p.18), dando assim relevância ao ato da alfabetização.
                Que se alfabetiza em qualquer lugar e não somente em uma sala cheia de cartazes e muito colorido. É claro que o lúdico, o colorido e os cartazes auxiliam muito na alfabetização, pois usamos para aprender a parte visual também, mas com o passar dos semestres descobri que alfabetizar demanda um esforço muito maior, com incentivo constante e construção de aprendizagens através das experiências vividas pelos alunos. Citaria, também, nesta postagem que o aluno não chega à escola sem saber nada, mas trás consigo uma bagagem de conhecimentos adquiridos do meio em que vive e com as pessoas a sua volta. 

KUPFER, Maria C. -Freud e a Educação : o Mestre do Impossível -São Paulo: Scipione, 1989.
WEISZ, Telma - Coleção memória da pedagogia. nº5 , Emília Ferreiro: a construção do conhecimento. Ediouro. São Paulo. 2005

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Planejamento



O Planejamento do Estágio e seus objetivos.
É necessário planejar contemplando a integridade dos componentes pedagógicos, tentando  abrange todos os  temas, mesmo  os temas fora do planejamento, como os dos projetos que surgem ao longo do ano elencados pela necessidade dos alunos. Para tanto é necessário haver O diálogo com os alunos ou dialogicidade como escreve Paulo Freire é imprescindível. Conhecer as características dos alunos e o meio em que vivem auxilia no planejamento, pois estrutura o trabalho a ser desenvolvido.
Os conteúdos curriculares devem aparecer  interdisciplinarmente, e de preferência  abrangendo os problemas socioculturais do aluno e da comunidade, e que o planejamento seja reestruturado conforme a necessidade, buscando a evolução do aluno como ser crítico e, pensante e ético.
Outro fator importante é que todo o processo de aprendizagem deve ser baseado na ação-reflexão-ação, não somente do aluno, mas do professor também.
A avaliação deve ser múltipla visando a evolução do aluno,  considerando-o como um todo. A avaliação não serve somente para avaliar o aluno, mas, também o professor pode analisar sua atuação como mediador.
"As características do planejamento de ensino
expressadas em cada um de seus diferentes e
complementares momentos, nos autorizam a afirmar que o
planejamento de ensino é, ao lado do próprio processo
educativo, um ato político-pedagógico. Só para não deixar
margens de dúvidas sobre o caráter político-pedagógico
dessa atividade didática e para oferecer apenas um exemplo,
basta ao educador descuidar-se das conseqüências sociais do
ato educativo proposto, para que o planejamento da ação
pedagógica se configure como um ato político. Mesmo que o
educador não se aperceba dessa omissão, o ato político
estará constatado. A situação inversa, ou seja, o planejamento
consciente, com definição concreta de suas conseqüências
pedagógicas e sociais, também resultará, ao mesmo tempo,
num ato pedagógico e político. O planejamento da ação
educativa não se configura, pois, como uma ação cujas
intenções são neutras. A neutralidade em educação, como já
foi amplamente demonstrado por teóricos educacionais e
cientistas sociais, não existe."  (Rays ,2000)

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Tema do PPA.

A primeira meta de PPA e verificar com os alunos suas curiosidades e inquietações, pois os temas geradores incitam aos alunos a aprenderem de forma mais natural e prazerosa, além do que normalmente estes temas tratam da realidade dos alunos ou suas necessidades. Zen e Xavier (2001) escrevem,

"Os temas geradores foram pensados por FREIRE (1980, p.32) para serem usados no método de alfabetização, pois segundo o autor, “procurar o tema gerador é procurar o pensamento do homem sobre a realidade e a sua ação sobre esta realidade que está em sua práxis”( ZEN;XAVIER, 2011 P.36)

  O tema gerador do PPA da turma do quarto ano A surgiu da seguinte forma: O tema do PPA foi escolhido na semana de 17 a 21/09, através de uma conversa, entre os alunos e a professora, onde o assunto principal foi o emprego e a profissões dos pais. Durante o diálogo os alunos declararam que, mais ou menos,  sessenta por cento das mães são faxineiras ou domésticas e que os pais trabalham em empregos mal remunerados e de muito esforço físico ou  serviços temporários. A Pergunta gerada pela professora aos seus alunos foi: Vocês gostariam de ter a mesma profissão dos  seus pais? A resposta foi: não! A professora então perguntou aos alunos  que profissões os mesmos  gostariam de exercer quando crescessem. Várias foram as profissões citadas. Em seguida foi perguntado se eles conheciam as funções e exigências de tais profissões. Os alunos responderam que não. A partir disto foi perguntado aos mesmos se gostariam de saber mais sobre as profissões. Surgindo, assim, o PPA. O objetivo deste projeto será  dos alunos conhecerem mais as profissões e se inspirarem para, quem sabe, saírem do ciclo de vida que seus pais os responsáveis seguem e mudarem o rumo de suas vidas e se distanciarem da margem da sociedade. 
Há muita expectativa, por parte da professora, que este PPA se realize com sucesso.  

Referências.

ZEN, Maria Isabel H. Dalla, XAVIER, Luisa M. Planejamento em destaque Análises menos convencionais.  ed. Mediação, Porto Alegre, 2011. 

Estágio PEAD

Então hoje começamos o Estágio do PEAD. A metodologia usada será o Projeto Pedagógico de Aprendizagem, o que causa um pouco de estranheza aos alunos, pois não estão acostumados a buscar informações, pesquisar ou tirar suas próprias conclusões. Esperam sempre pelo professor. Pelo conteúdo e pela correção das repostas. Becker (1994) descreve este tipo de pedagogia da seguinte forma,  [...]O professor fala o aluno escuta. O professor dita e o aluno  copia, O professor decide o que fazer e o aluno executa. O professor ensina e o aluno aprende [...]Após demorada conversa, com o quarto ano A parece  que entenderam a proposta do PPA. 
O PPA enfatiza a ação do aluno, a pesquisa e a respostas das dúvidas que os mesmos possuem antes de iniciar um projeto. Fagundes (2003) nos dirá que:

O desenvolvimento de um projeto de aprendizagem consiste na busca por informações que esclareçam as indagações de um sujeito sobre a sua realidade. Essas indagações se manifestam por inquietações advindas de suas vivências e necessidades em conhecer e explicar o mundo. O objetivo é o desenvolvimento de um processo de aprendizagem que alcance a construção de novos conhecimentos, em que o aprendiz possa sistematizar informações ampliando sua rede de significações, possa reestruturar o raciocínio lógico sobre os novos significados enquanto elabora sínteses de respostas descritivas e explicativas para sua curiosidade [...] (FAGUNDES, et.al., 2006, p.30).

Hoje foi o primeiro dia. Muitas incertezas se a metodologia dará certo com os alunos. Acredito que sim, pois é natural dos alunos serem curiosos. Mesmo acostumados ao tradicional creio que eu e a turma seremos bem sucedidos nesta trajetória de desacomodação e novas descobertas que é o estagio. 


BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
FAGUNDES, L.C. et. al. Projetos de aprendizagem - Uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista   Brasileira de Informática na Educação Volume 14 - Número 1 - Janeiro a Abril de 2006

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Etapas que antecedem ao estágio.

A turma que leciono parece não ser  muito curiosa. Ao serem interrogados sobre suas curiosidades e o que gostariam de trabalhar neste semestre as respostas foram frustrantes. Começou ai um incessante trabalho para conseguirmos respostas para fazermos um Projeto de Aprendizagem. Foram algumas técnicas usadas, como a caixa dos desejos, o varal,  idas a biblioteca e um passeio pela escola e pelo pátio da mesma. Nada surtiu efeito.
Após muitas conversas, principalmente sobre o serviço dos pais e o porquê dos pais trabalharem tanto e ganharem tão pouco, a turma decidiu por fazer um projeto sobre as profissões.
O planejamento será realizado em cima deste tema, mas com a intenção de identificar, na turma, propostas que possam ser usadas no TCC. Será uma tarefa bem complexa, pois como já dito na postagem anterior, as escolas, e também a escola onde leciono, encontram-se com os laboratórios de informática em péssimo estado. O desafio está lançado. Esperamos que tudo saia a contento.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Eixo 8 - Estágio

          O fim da graduação se aproxima. Podemos dizer que estamos na reta final! Nos parece que foi a muito tempo o  Workshop do primeiro semestre, onde as incertezas eram muitas e a ansiedade elevada a um grau extremo. Os semestres foram passando, cada um com suas peculiaridades e desafios. Desafios estes comuns a vários colegas do PEAD, mesmo sendo um curso voltado a docentes e servidores que trabalham com Educação, ainda assim, sempre com muito a aprender, principalmente no quesito Tecnologias Digitais.
          As Tecnologias Digitais parecem ser o foco do estágio que será realizado neste semestre. Ai reside, presumimos, parte da ansiedade das alunas desta graduação. É grande o número de professoras lotadas em escolas públicas, então o quadro que se apresenta, muitas vezes, é de pouco acesso a equipamentos em condições, internet, datashow, ... Os professores, destas escolas, contam muitas vezes com seu material particular para terem acesso as tecnologias e fazerem um bom  plano de aula. Outro fator que preocupa é o fato dos alunos não estarem acostumados a Projetos de Aprendizagens, é tudo que é novo causa um pouco de desacomodação. Mas cremos, também, que o estágio esteja presente neste momento para este fim mesmo: a desacomodação.
           E nossa parceira de semestres se apresenta neste momento, novamente: a ansiedade. Nos desacomodando surgem as inquietações: de acertar, fazer um  bom estágio, pesquisar materiais para o TCC, ajustar os alunos a novos planos de aula,com novas concepções de aprendizado. A incerteza de que conseguiremos incluir as tecnologias nas aulas, não pela inabilidade do aluno em lidar com a mesma, mas pela falta de acesso dentro das escolas e o que parece mais nos inquieta.
          Sabemos no fundo que estamos preparados, mas sendo nós frágeis criaturas, também nos encontramos inseguros, certamente, aflitos como já dito pela expectativa de fazer um estágio a contento, pois a oportunidade de fazer esta graduação é única e não podemos perde-la.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Alfabetização de Jovens e Adultos.

 Para Paulo Freire a alfabetização do adulto é um ato político, pois os mesmos procuram por algo mais, que seria a capacidade de conseguir refletir/analisar e transformar seu curso na vida. Estra reflexão se dá através do ato de libertação de conceitos e paradigmas aprendidos e enraizados em si e no seu meio social. 
Sabe-se que o processo de alfabetização de um adulto é igual ao de uma criança, passando pelos estágios descritos por Ferrero eTeberosky. E assim como as crianças, os adultos, trazem consigo saberes e conceitos de diversos assuntos, muitos adquiridos pela experiência de vida. 
Para alfabetizar um adulto é preciso  valorizar estes saberes e incluí-los na alfabetização juntamente com o conhecimento que os mesmo traz sobre a  escrita. Como dito nos vídeos é muito difícil encontrar um adulto com um nível zero de alfabetização. A partir deste fato deve ser feito pelo professor da EJA  um embasamento teórico que inclua estas experiências, onde o adulto encontre incentivo para escrever e ler. Estes incentivos devem estar ligados a sua realidade e a afetividade do aluno. Neste processo, alfabetização, serão usadas várias técnicas e  materiais pedagógicos que motivem e auxiliem a compreensão dos códigos. Estando o adulto alfabetizado poderá transformar seu meio social e refazer a leitura do mundo baseado em novas reflexões. 
A alfabetização destes alunos deverá ter como base uma referência, o marco referencial,  que o instigará a repensar sua visão de mundo, dos sonhos, bem como repensar sobre a sociedade em que vive e se poderá de alguma forma transformá-la/modificá-la. Para que todo o processo de alfabetização do aluno adulto tenha êxito é necessário não somente o empenho do aluno, mas , também, a união  de todos os envolvidos direta ou indiretamente no processo de aprendizagem ao qual o este aluno se submete. 

domingo, 20 de maio de 2018

Resenha Alfabetização de Adultos. Texto Regina Hara.


Alfabetização de Adultos. (Regina Hara)
Denise Egídio dos Santos Ghiorzi – turma E
A autora inicia sua escrita explicando  o propósito do CEDI, que através Programa de Educação e Escolarização Popular,  procura acompanhar  e apoiar instituições, grupos ou pessoas que se dedicam ao trabalho de alfabetização de adultos. Das dificuldades enfrentadas para alfabetizar e das dificuldades que os alunos adultos, também, possuem para se alfabetizar. Excluídos e marginalizados pela sociedade enfrentam dia a dia dificuldades enormes, como por exemplo locomoção. Relata o trabalho dos professores engajados em alfabetizar os adultos e na frustração  os mesmos sofrem por não conseguirem alfabetizar. O professor da EJA deve embasar suas práticas em posturas teóricas, sendo necessário para este profissional rever sempre suas práticas e recomeçar.
Cita Paulo Freire e suas técnicas de alfabetização, onde o sujeito deve ser dinâmico, ativo e reflexivo, e a alfabetização é embasada na realidade do sujeito. Entram no contexto, também, Ferrero e Teberosky, que ao realizarem estudos sobre alfabetização das crianças lançam suas preocupações na alfabetização dos adultos chegando a conclusão de que: “ aquisição da escrita é uma aquisição conceitual para crianças e adultos, construída pelo sujeito nas relações com o meio, do mesmo modo que se observa em outras áreas do conhecimento”.
As concepções dos adultos não-escolarizados com respeito à escrita.
As concepções dos adultos não-escolarizados passam pelos mesmos estágios da concepção da escrita que foram identificados na alfabetização das crianças: escrita pré-silábica, escrita silábica, silábico-alfabética, alfabética. Enfatizado o princípio de que quando “os alunos  não se alfabetizam podem estar sendo submetidos a um processo inadequado, que conflitua com seu próprio modo de perceber a escrita”.
Como concebemos o processo de alfabetização.
“A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; ...”, mas tendo em vista uma função social, onde o ser humano entenda e consiga interpretar o que está lendo. A leitura deve ser diversificada, e a escrita deve ter significado para o autor.
A socialização das estratégias de leitura.
Várias estratégias devem ser usadas para construir conhecimento, pois cada sujeito se organiza e opera cognitivamente as informações de formas diferentes. A uma variedade de informações coletadas ao longo da vida e cada indivíduo as assimila de uma forma.
Experiência com classe de adultos
O registro de Hara ainda relata a Caracterização da Classe, onde ocorreu uma experiência em um citado colégio com a intenção de ligar o embasamento teórico que foram construídos com a realidade da sala de aula. Tal experiência identificou os participantes de uma sala de aula com 29 alunos, na sua maioria mulheres e entre 15 a 51 anos, que relataram o porquê da necessidade de voltarem a estudar. Suas motivações e suas dificuldades, além do preconceito sofrido. Tal pesquisa serviu, inicialmente, para fazer diagnósticos de como a classe lia e escrevia. Observaram que o grupo era muito heterogêneo que iam desde aqueles que conheciam apenas algumas letras, sem conseguirem produzir textos significativos até os que escreviam com pouca prática do ponto de vista ortográfico e sintático.  O texto vai relatando outras fases da experiência como: as condutas de sala de aula, onde se presume que o aluno tendo algum tipo de conhecimento possa chegar a com as aulas há  reflexões  que apareceram em seus textos; a leitura, dando ênfase há diversificados tipos de materias onde haja algo que possa ser lido até textos como notícias de jornais, poemas, ... São contemplados , também, as atividades voltadas a leitura e a escrita, onde é colocado em evidência o que pode se escrever a partir do que os alunos já sabiam, dando ênfase ao que o aluno gosta de escrever. A construção da autonomia que incentivem suas coordenações motoras e instrumental escolae bem como suas aplicações para  o ato estudar. No  tangente ao conteúdo já estava predeterminado. Os alunos deveriam saber alguns  fundamentos básicos da Língua Portuguesa. No item de avaliação foi determinado que os alunos se auto avaliariam, constatando seus progressos.
O resultado da experiência foi o de que os alunos não se transformaram em exímios leitores, mas têm condições para tal. Iniciaram uma autonomia na busca dos conhecimentos. Todos os alunos evoluíram no processo de leitura, avançando os estágios iniciais que apresentavam no início da experiência.
As conclusões finais foram as de que: deve-se dar valor ao conhecimento prévio dos alunos. Os alunos analfabetos passam por etapas de desenvolvimento como as crianças. Operam cognitivamente e são estimulada pelo meios sociais, desafios e informações. Quando percebem se apropriam  da construção da escrita  código conseguem a perceber as relações no mundo.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Revisão de textos

     Neste semestre nos deparamos novamente com a atividade de ler os textos de outros colegas. Quando fizemos anteriormente a revisão do blog de um aluno do PEAD, descobrimos que não é fácil avaliar a escrita do outro e , também , não é fácil entender tudo o que está escrito. Hoje nos é apresentada a atividade onde os futuros formandos estão escrevendo melhor, evoluíram, ..., então fica mais difícil ainda avaliá-los, pois sabemos que a tarefa foi feita em aula e com alguma pressão para que todos os quesitos,  da cena apresentados, aparecessem no texto autoral.
     Ao ler os textos verifiquei que há alguns itens faltantes, provavelmente pela falta de tempo, pois é sempre lembrado pelos colegas a dificuldade de escrever que a maioria possui trazendo , assim, a necessidade de um templo maior de reflexão e escrita. Verifiquei, também, que meu texto se encontra incompleto, pois nem todos os conceitos subjetivamente sugestionados foram elencados no mesmo. Isto não se deve , em prática, a falta de conhecimento, mas sim a falta de experiência para redigir textos mais complexos como os que serão exigidos para o TCC.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

EJA - Fórum Unidade 2.

    
O conceito que mais considero relevante para a prática pedagógica na EJA é da necessidade que o aluno construa seu conhecimento através da interação entre os sujeitos que frequentam a EJA. Que sejam exaltadas as experiências de cada indivíduo ou as do conjunto de indivíduos, se for o caso. Que o currículo seja baseado e voltado para o meio em que vivem, em suas realidades e necessidades, como descrevem Vargas e Gomes ao citar o relato de Antônio (pg 458, 2013) que fala da sua necessidade em aprender, que diz: [...] preciso aprender mais... ter mais conhecimento... facilitar mais o meu setor do trabalho, conhecer mais, desenvolver mais o meu trabalho; a gente tem mais é que correr atrás... Por exemplo, desenvolvimento no trabalho, quer dizer, não perder a oportunidade no trabalho.
Os alunos jovens e adultos da EJA são sujeitos que perderam ou não tiveram a oportunidade de ingressar ou concluir seus estudos, por vários motivos alguns alheios as suas vontades, como: trabalhar para ajudar financeiramente a família, gravidez indesejada, vício em drogas, dificuldades de deslocamento e mobilidade até a escola, conflitos familiares...
       São alunos jovens mais ou menos a partir dos dezesseis anos que estão atrasados nas séries, que tem dificuldades de aprendizado, que se encontram com algum dos problemas citados no parágrafo a cima, e adultos que não conseguiram concluir seus estudos ou são analfabetos que procuram ascensão profissional, social ou pela necessidade de interação ou entendimento do meio em que vivem.
       A linguagem destes sujeitos normalmente é a linguagem do meio em que vivem, com pronúncias erradas pela ignorância gerada pela falta de frequentarem a escola. Alguns conseguem ler algumas palavras, por terem parado de estudar em alguma série, mas o entendimento e o pensamento sobre determinado objeto podem ou são comprometidos. Em contra partida suas experiências de vida servem muitas vezes como base para resolução de problemas do cotidiano.

Na EJA, os jovens e adultos pouco ou não escolarizados – oriundos, portanto, de uma cultura não escolar –, ao ingressarem na escola, terão que se inserir e interagir com os modos de funcionamento particulares da instituição. Entretanto, o aprendizado desses sujeitos inicia-se muito antes de frequentarem a escola, uma vez que eles aprendem a lidar com as situações, as necessidades e as exigências cotidianas da sociedade contemporânea. Portanto, quando começam a estudar, já tiveram experiência com medidas, cálculos matemáticos, materiais impressos, língua materna falada, ferramentas de trabalho e equipamentos elétricos e/ou eletrônicos. (Vargas, Gomes- p.453, 2013).
         As dificuldades dentro de sala de aula são de entendimento dos conteúdos do currículo que não são baseados em sua realidade ou sobre o seu meio. A relação entre sujeitos de diversas faixas de idade e de culturas. No cotidiano de suas vidas as dificuldades se apresentam no desnivelamento e exclusão social, falta de tempo para os estudos com por exemplo várias horas de trabalho, falta de mobilidade, dificuldades financeiras, ...
       O fato de os alunos pertencerem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas, etárias, étnicas, religiosas etc... pode provocar diferenças no funcionamento cognitivo? Sim.  Por quê?

 ... Conforme explicita Tulviste (1991), pessoas diferentes, membros do mesmo grupo cultural ou não, pensarão sobre partes idênticas do ambiente de formas diversas; e a mesma pessoa pode pensar de maneiras diferentes, usando diferentes métodos, estratégias e instrumentos conforme a atividade em que esteja envolvida. (Oliveira, 1997, p. 58)

A diversidade é algo incontestável dentro de uma escola, e dentro da EJA não é diferente, pois além da diversidade cultural ainda há variedade de idades. Trazendo assim, para este ambiente uma multiplicidade de conceitos das experiências de situações vividas pelos integrantes da EJA que podem ser compartilhadas ou contestadas pelos particiantes da mesma.
Os elementos fundamentais para que o trabalho da EJA seja bem sucedido são as relações que se desenvolvem dentro de um ambiente de ensino e entre os sujeitos que dela fazem uso, incluindo os professores, conforme Vargas e Gomes (p.453, 2013).  Esse aprendizado ocorrera nas interações com outras pessoas, por meio de perguntas, respostas, instruções, informações e imitação, possibilitando que eles desenvolvessem um repertorio de atividades/capacidades que lhes permitiu ocupar seus espaços dentro de seus grupos sociais.

Referências:

- VARGAS, Patrícia Guimarães -  GOMES, Maria de Fátima Cardoso - Aprendizagem e desenvolvimento de jovens e adultos: novas práticas sociais, novos sentidos - Educ. Pesqui., São Paulo, v. 39, n. 2, p. 449-463, abr./jun. 2013.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Inovações Pedagógicas

                Os alunos deste século já entram na escola com a vantagem de serem apresentados desde muito cedo as tecnologias digitais. Aos dois anos lhes é ofertado um tablete ou smatfone, onde os pequenos traçam linhas imaginárias ou gravam áudios. Já nascem conectados, como afirmam alguns autores. Mas é necessário só nascer em meio as tecnologias para dominá-las ou usá-las? Qual a importância da compreensão do mundo digital e virtual, e qual o  papel do professor nesta nova conjuntura?
                É indiscutível que novas ferramentas de ensino ingressaram na escola juntamente com as turmas. São as inovações que para a educação devem ser atreladas ao ensino. As novas tecnologias, hoje, fazem parte das inovações pedagógicas.
                Encontramos ai um pouco de resistência de alguns docentes, ditos tradicionais, onde sua presença deve ser marcante e indispensável, que preferem a revisão de currículos a pensar em novos contextos de aprendizagem, onde os alunos seriam estimulados a construir conhecimento e serem mais autônomos. Se concebe neste momento o novo papel do professor e sua importância como de mediador e estimulador.
                Faz parte das novas atribuições destes mediadores trabalharem para que os currículos se integrem nas novas práticas pedagógicas, pois a tecnologia é uma realidade.  Traçar novas ideias que incluam as tecnologias, para que os alunos tenham mais facilidade de assimilar os aprendizados, claro que tendo em conta a realidade de cada escola, pois em muitas não há laboratórios de nenhuma espécie, ou quando existem estão sucateados, referindo-me as escolas púbicas.

                Não é necessário somente nascer em uma era de tecnologias digitais, mas sim ter mentores que guiem os alunos, pois mesmo inseridos neste contexto ao chegarem na escola pouco o nada sabem de como usar as tecnologias. Esperam, como nós que fomos criados assim, serem educados com conteúdo pronto e pré-elaborado. É necessário que os professores façam a apresentação destas tecnologias para que os alunos possam entenderem e compreenderem o uso das mesmas, assim como é primordial ao professor se manter atualizado e conhecer tais tecnologias. 

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Texto referente as teorias de Reys.

A partir do texto de Reys podemos escrever que: ao planejar a realidade social do aluno tem que ser levada em conta, pois tal planejamento deve ajudar a elevar a autoestima do mesmo e seu empoderamento perante a sociedade.  O diálogo entre aluno e o professor faz parte deste processo sendo muito importante, pois auxilia o mestre a conhecer a característica do seu aluno e o meio social em que vive, suas experiências, histórias e conflitos. Neste caso o planejamento se torna um meio de integrar o sujeito com a sociedade levando-o a interagir com a mesma usando sua criticidade, seus questionamentos, sua ética e sua solidariedade. Para que estas parcelas de interações aconteçam se faz imperativo que os conteúdos do planejamento sejam baseados nos problemas socioculturais onde o sujeito (aluno) está inserido. Ao planejar com estas bases o planejamento pode e deve ser reestruturado conforme a necessidade que se apresenta, buscando, como já foi escrito, a evolução do aluno como ser crítico, pensante e ético. Mas para que este todo processo realmente seja válido a aprendizagem deve se dar em um contexto de ação-reflexão-ação do aluno do professor.

 E por último, mas não menos importante, é fundamental pensarmos em como avaliamos nosso aluno, que é ser dotado de emoções e sentimentos, com habilidades e dificuldades. O sistema nos exige uma nota, uma quantificação do aprendizado, mas o aluno não se resume ao que decorou ou aprendeu. Um aluno tem que ser considerado por sua evolução como ser humano em sua integridade e não somente no que consegui assimilar de conteúdo dentro de uma escola.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

ResumoTexto - Planejamento em busca de caminhos de Maria B. C Rodrigues.

Didática
Planejamento em busca de caminhos: Maria Bernadete Castro Rodrigues – Resumo do texto.
            A autora começa o texto explanando sobre os planejamentos, aos quais ensinava, e de como suas configurações eram baseadas em hipóteses, pois desta forma, hipotética, no planejamento era necessário criar situações de ação, perguntas e respostas, tendo ainda, que prever como e onde seriam realizadas atividades. Algo meramente burocrático e que ficavam arquivados, pois seguiam regras preestabelecidas, com ações mecânicas e rotineiras.
            Ante a sua necessidade e inquietação a autora começa a buscar informações que fossem relevantes para a realização dos planejamentos.  Começou por buscar teóricos que embasassem suas deficiências em ensinar a planejar, descobrindo que a forma como eram feitos estava em discordância do que sabia até então. Descobriu que as perguntas para se fazer um planejamento estavam erradas e compreende que é necessário não saber como se faz um planejamento, mas, sim para que e para quem era realizado o planejamento, fugindo, assim, da forma como o planejamento era realizado com intenção de manter o controle social dos sujeitos. Redescobre-se defendendo um planejamento de e com intenções, onde o mesmo possa ser embasado em referências e teóricos e com intencionalidade de gerar reflexões.
            Acaba tomando por base que a ação pedagógica necessita de pressupostos teóricos, para facilitarem as diretrizes de trabalho que definiram os procedimentos a serem executados. Tem por base que a ação pedagógica, como citam os autores que estudou, no planejamento deve visar uma interdisciplinaridade tendo como sustentação as relações de classe, as etnias e os gêneros.
            Analisa que o currículo deve servir para atender as necessidades dos alunos e para que os mesmos compreendam a sociedade a qual estão inseridos, assim, serve o currículo, também para desenvolver as várias/outras aptidões dos alunos como: autonomia, solidariedade, ética, ações democráticas.

            Maria Bernadete, no texto, registra algumas formas de integração do currículo, onde faz referência dá necessidade de criar condições nos ambientes de ensino para motivar o aluno a investigar, indagar e aprender. Lista, também os elementos básicos e obrigatórios para fazer um bom planejamento: objetivo, justificativa, temática, estratégia, localização, recursos e avaliação. Para finalizar sinaliza a importância do diário de classe, onde os registros servem como instrumento de reflexão do professor sobre suas práticas. 

quarta-feira, 18 de abril de 2018


No texto de abertura, Hilton Japiassu nos fala da compartimentalização dos saberes e da importância do trabalho integrado. De que modo vocês relacionam estas questões com a “Fragmentação dos processos de produção (Taylorismo & Fordismo) e da cultura escolar” e “As novas necessidades das economias de produção flexível” expostas por Santomé?
Na  era do Fordismo e no Taylorismo a cultura escolar baseava-se no propósitos de formar cidadãos não pensantes, mas operantes. Uma mecanização homogeneizadora, como enfatiza Santomé.
Com uma estratégia similar acentua-se a divisão social e técnica do trabalho; só umas poucas pessoas, muito especializadas, chegam a compreender claramente todos os passos da produção de qualquer mercadoria, e o que a motiva. Por meio de uma sofisticação cada vez maior da tecnologia, por outro lado, as máquinas puderam começar a encarregar-se dos trabalhos mais especializados. Os operários e operárias geralmente tinham que atender apenas às atividades menos complexas, mais rotineiras e monótonas.”
“As conseqüências desta desapropriação de conhecimentos e destrezas dos trabalhadores por máquinas e robôs representam um atentado contra os seus direitos à participação dos processos de tomada de decisões, impedindo a democratização dos processos de produção; ao mesmo tempo, a imensa maioria das vagas de trabalho pode ser ocupada facilmente por qualquer pessoa, sem necessidade de uma formação especializada.”
Nesta época não era importante educar os alunos para compreenderem o que estavam fazendo, mas sim que fossem alunos que ao acabar a época escolar estivessem aptos ao trabalho automático e inconsciente. Não era necessário ser nenhum gênio ou ter boa formação para trabalhar nas fábricas ou nas indústrias, então formar pessoas capazes de apertarem botões, acatarem ordens, serem submissos, não reclamarem era a opção mais certa a fazer. Para tanto eram usadas nas escolas, o ensino fragmentado, desconectando o aluno do geral e fragmentando seu conhecimento, para que o mesmo não pudesse relacionar ou entender certos propósitos intrinsecamente ligados a sua formação.
Com o passar das épocas e após vários tipos de intervenções no mercado de produção e consumo, onde as falhas não poderiam mais ser toleradas  o tempo teria que ser diminuído e a produção aumentada foram desenvolvidos  estratégias para garantir  a eficiência. Então se passa a procurar mão de obra com um nível maior de especialização, e para o sujeito ser especializado é necessário que seu escolarização seja diferente do ensino bancário.  Passa-se a valorizar as especificidades dos indivíduos, onde os sujeitos tenham uma formação continuada para poderem pensar como resolver os problemas que surgirão nas atividades a que se propõem. 
Mesmo que a Educação seja voltada hoje com a primazia de formar  indivíduos educados para transcenderem as formas de pensamentos antiquados/obsoletos/ultrapassados da manutenção de  mão de obra barata, que sejam capacitados a serem mais autônomos,  ainda hoje são colocados no mercado de trabalho uma grande gama de pessoas sem condições de opinarem, escolherem, discutirem, indagarem, protestarem, julgarem e reivindicarem seus diretos e ainda submissos e que querem a todo custo manter seu emprego. Atualmente um grande números, maioria de pessoas habilitadas a trabalharem, estão em subempregos ou empregos informais ou ainda mecânicos. Isto se deve ao fato da escola, mesmo com toda a evolução, globalização e desengavetamento das disciplinas, ainda  praticarem um ensino voltado a produção capitalista e preservação/manutenção do enriquecimento de uma minoria? São as leis e decretos, atuais, que regem a Educação, burlados no meio do caminho para garantir que o processo de manutenção de mão de obra continue não pensante? A humanidade caminha a passos largos na evolução humana, mas o consumismo desenfreado e a ambição fazem  suas vítimas diariamente.

Referências:
SANTOMÉ, Jurjo Torres - GLOBALIZAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE O Currículo Integrado – Artemed, 1998.

terça-feira, 17 de abril de 2018

EJA e Empoderamento.

 Para o autor/educador/filosofo Paulo Freire  o empodeiramento é um ato político e social. Para que este empodeiramento aconteça, na educação da EJA, é necessária  uma pedagogia libertaria, pois a educação torna-se humanista-libertadora, que tem por base a dialogicidade. A EJA encaixa-se neste sistema pedagógico, pois sua clientela  de jovens e adultos traz consigo  bagagens de saberes diferenciados, onde os diálogos são  primordiais para dar voz  a estes saberes. Os alunos da EJA necessitam de um aprendizado onde os mesmos possam expor suas experiências e aprender com suas realidades. O construtivismo integra-se perfeitamente  nesta educação pois prima pela construção do conhecimento formalizante. Macedo escreve que "Na  tematização a exigência é da demonstração, da reconstituição e transformação de  de algo já sabido"(MACEDO, p.2/10).

domingo, 15 de abril de 2018


Seminário Integrador VII
Denise Egídio dos Santos Ghiorzi
Tendência Tradicional X Tendência Progressista.
              A  instituição escola vem se modificando, aos poucos mas de forma contínua. O aluno não é mais visto como “tabula rasa”, como descreve Jonh Locke (1632-1704) em sua tese no livro “Ensaio acerca do Entendimento Humano”, mas sim como escreve BECKER (p. 22, 2012): “Alias, o ser humano, não é tabula rasa. Antes, ao contrário, traz uma herança biológica, que é o oposto da “folha de papel em branco” da concepção empirista”.  É reconhecido como sujeito que constrói seu conhecimento através de suas ações e experiências,  aprende através de sua curiosidade e se encaixa no  modelo epistemológico Construtivista, como registra MACEDO (1993): “Ao construtivismo interessam as ações do sujeito que conhece”. 
Este fato deve-se a uma tendência totalmente progressista que caracteriza o ensino e a educação que tenha significado para os alunos e que valoriza o saber que cada um destes alunos traz consigo.  Faz parte deste processo, também o professor que dá ao seu aluno condições de aprender, mediando o conhecimento e propondo novas aprendizagens. BECKER (p.22, 2012) escreve da seguinte forma:
“ O professor tem todo um saber totalmente construído, sobretudo em uma determinada direção do saber elaborado (repertório cultural da humanidade). Esse professor, que age segundo o modelo pedagógico relacional, professa uma epistemologia também relacional. Ele concebe a criança (o adolescente, o adulto), seu aluno como posse de conhecimento de uma história de conhecimento já percorrida; por exemplo, a linguagem da língua materna ou das línguas maternas, no caso do bi ou trilinguismo. Esta aprendizagem é um fenômeno que não deve ser subestimado; ousaria dizer que a criança que fala uma língua, tem condições, respeitado o seu nível cognitivo, de aprender qualquer coisa”(BECKER, p.22, 2012)
              Lamentavelmente está tendência progressista esbarra em outra tendência enraizada no ensino brasileiro, uma tendência considerada tradicional, como mostrada no vídeo “Escolas Democráticas”, onde aulas são entediantes e sem muitos atrativos, com uma disciplina rígida, onde há reprodução automática dos saberes do professor, pois o mesmo se considera detentor de todo o conhecimento. Ao aluno cabe a função de copiar e decorar. BECKER (p.14, 2012) diz que neste modelo de educação “O professor fala, e o aluno escuta. O professor dita, e o aluno copia. O professor decide o que fazer, e em geral, decide o mesmo de sempre, e o aluno executa. O professor ensina e o aluno aprende.” FREIRE (p.57, 1970) descreve este processo como uma “concepção bancária da educação”.
  “A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem enchidos pelo educador. Quanto mais vai se enchendo os recipientes, com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente encher, tanto melhores educandos serão. Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquiva-los. Na visão “bancária” da educação, o “saber”é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais de ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.”(FREIRE, p.57, 1970)
            Acumulados neste modelo epistemológico se agregam ainda o sucateamento da escola pública brasileira, onde o professor sem recursos faz malabarismos em sala de aula para tentar tornar sua aula interessante,  a acomodação de alguns professores, a desvalorização dos mesmos, e políticas públicas para a educação que estão distantes ou que não contemplam  todas as realidades.
            Todavia rumamos, como dito, lentamente e continuamente, para uma educação  de Interdisciplinaridade, transversalidade e métodos globalizados  que têm como enfoque o aluno como protagonista do seu saber. É necessário que nos foquemos na ideia de que:
“ (...) o verdadeiro conhecimento é aquele que é utilizável, é fruto de uma elaboração (construção) pessoal, resultado de um processo interno de pensamento durante o qual o sujeito coordena diferentes noções entre si, atribuindo-lhes um significado, organizando-as, relacionando-as com outros anteriores. Este processo é inalienável e intransferível, ninguém pode realizá-lo por outra pessoa (MORENO in BUSQUETS et al. 2000, p. 39)”.

Referências.
BECKER, Fernando – Educação e Construção do Conhecimento, 2. ed. – Porto Alegre: Penso, 20
BUSQUETS, Maria Dolors et al. Temas transversais em educação: bases para uma formação integral. Trad. Cláudia Schinlling. São Paulo: Ática, 2000.
FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido, 1970  (36.ª ed. 2003; 1.ª ed. 1970) Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra
MACEDO, LINO – Revista EDUCAÇÃO E REALIDADE, Porto Alegre, 18(1):25-31, jan/jun. 1993. (https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/o-construtivismo-e-sua-funcao-educacional/)