segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

REESCREVENDO POSTAGENS X

Antropologia -  Leitura do Coletivo.
Para que as populações consideradas marginalizadas, rotuladas como raças inferiores, viventes na pobreza se empoderem e possam conhecer a sua história nos é dado como suporte para tal o  artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio, públicas e privadas. Incluído na LDB em 2003 e aperfeiçoado em 2008, o artigo propõe o estudo da história da África e dos africanos, da luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Ao estudar suas origens os alunos podem passar a ter orgulho da mesma, buscando através de suas ações a libertação de preconceitos a muito vinculado a imagem dos negros e sua cultura. 
Leciono em uma escola de periferia e o que chama a atenção nestes lugares, periferias e vilas,  é que as comunidades marginalizam a si próprias, com ações que degradam o meio em que vivem, suas famílias e até a escola, mas não possuem noção deste fato, nem se reconhecem como marginais. Além de sofrerem o preconceito social  não procuram formas de sair do círculo vicioso de marginalidade que estão inseridos. Arroyo (s.d.) escreve que:
É significativo que os próprios coletivos pensados como excluídos não usem esse adjetivo para nomear-se e identificar-se. Não se aceitam pensados nem como marginais, nem como excluídos. Nem defendem os projetos e pedagogias de inclusão, escola, currículos inclusivos. Nem lutam para que sejam mais eficientes, com mais recursos, que os incluam logo a todos. Se sabem produzidos e inferiorizados em processos sociais, políticos, culturais e até pedagógicos bem mais radicais. Consequentemente suas ações são mais radicais. (ARROYO, s.d.)
A LDB vem , como disse dar um apoio efetivo no combate ao preconceito, a marginalização imposta pela sociedade e a este conceito reforçado por alguns integrantes de algumas comunidades negras ou de baixa renda. O estigma é forte, reforçado por uma cultura europeia, onde a cultura negra e indígena sempre foi vista como selvagem, onde negros e índios possuíam uma imagem estereotipada pelo brancos. Proftavares (2015) escreve sobre como começou esta marginalização.

A problemática da transição da ordem social escravocrata e senhorial para o ambiente do capitalismo próprio da República que nascia em 1889 evidenciaria a condição de marginalidade do negro. O esforço de inserção na nova ordem social – ancorada no estilo de vida individualista e competitivo próprio do liberalismo capitalista – era frustrado pela desorganização de negros e mulatos no novo contexto social. Isso porque a extinção da escravatura não promoveu a reintegração dos antigos escravos, relegando-os ao seu próprio destino, mantidos à sombra da sociedade que se modernizava.
O estatuto de pessoas juridicamente livres não significou, portanto, mudança substancial na condição de excluídos dos antigos escravos, impedindo-os de alçarem-se categoria de cidadãos.Marcados pela pauperização e desorganização, os negros viviam dentro da cidade, mas não progrediam com ela. O fim da escravidão não significou portanto a liberdade para o negro. (Proftavares, 2015)
 Faz parte das atribuições dos professores deste século acabar com tais estigmas e preconceitos, dando condições de empodeiramento aqueles cidadãos que não se reconhecem como tal.


Referências.
ARROYOI, Miguel G. - Ações Coletivas e Conhecimento: Outras Pedagogias?
PROFTAVARES; História para o ENEM: A cultura negra no Brasil: história e luta. 22 setembro,2015; https://blog.enem.com.br/historia-para-o-enem-cultura-negra-no-brasil-historia-e luta/

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