domingo, 21 de abril de 2019

Reflexão das Postagens IV - Inovações Pedagógicas.

INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS.

Semestre passado, 2018/2, realizei o estágio obrigatório do PEAD. Meu estágio foi realizado na escola onde leciono. Foi feito com o quarto ano. Vinte e cinco alunos dos dez aos doze anos. Escolhi  trabalhar com projetos de aprendizagem. Estava cheia de ideias para realizar o PA. Um dos focos principais era o uso, pela primeira vez, das tecnologias digitais em um projeto, com esta turma. |Mil ideias se formavam e o planejamento foi realizado focando este item, mas, não consegui inovar neste aspecto com a minha turma, pois a escola, até então equipada com computadores, data show, ... enfim uma sala, aparentemente,  bem equipada, foi fechada inesperadamente. Tudo muito alheio a minha vontade. Mesmo recorrendo a supervisão da escola e a direção não consegui usar nem ao menos o data show. Os computadores sofreram uma pane por causa da falta de energia constante no bairro. A sala de informática não possuía estabilizadores e os computadores pararam de funcionar.
Deparamo-nos, então, com a triste realidade que assola as escolas públicas brasileiras, que não possuem equipamentos adequados para que os professores possam realizar seus planos de aula. De quem é a responsabilidade das escolas estarem, na sua maioria, com materiais sucateados? Das gestões escolares ou dos governantes? São louváveis as iniciativas que estimulam o uso das tecnologias digitais, mas é deplorável que estes recursos não cheguem as escolas públicas. Acabamos por nos  resignar a usar métodos tradicionais. Nossos alunos aprendem mais de informática em casa do que nas escolas. A escola pública não consegue, ainda, acompanhar a evolução da educação, que deve nos tempos atuais estar alicerçada pelas tecnologias digitais.

REFLEXÃO SOBRE POSTAGENS III - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

REFLEXÃO SOBRE POSTAGENS III - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

No turno da manhã trabalho na escola com a coordenação do turno. A clientela neste horário, são alunos do quinto ao nono ano. Alguns destes alunos apresentam uma defasagem bem grande referente a idade e a turma em que deveriam estar. Temos alunos de 17 e 18 anos no quinto e sexto ano. O que acontece é que estes alunos acabam, por terem muitas dificuldades de aprendizado, se desestimulando de estudar. Outro fator que agrava o desinteresse  é que os alunos destas referidas séries estão entre dez e doze anos, então, não há uma relação afável entre eles. Tenho acompanhado estes alunos e percebo que os mesmos são a nova clientela da EJA. Estão prontos para serem "convidados" a ingressar na EJA, mas ao mesmo tempo que se sentem  deslocados entre os pequenos, também encontram-se inseguros de frequentar a escola à noite com os adultos. 
Alguns alunos que fizeram esta passagem me relataram que é tudo muito diferente. Os alunos são bem mais velhos, frequentam a EJA por vontade própria, para alcançar objetivos, normalmente que se referem a galgar uma posição melhor no emprego. Estes jovens que saem da escola diurna, pelos motivos relados, não querem estudar. Vão para a EJA por imposição dos pais, conselheiros tutelares ou pela Promotoria da Infância e da Juventude. Enfrentam, também, as dificuldades rotineiras de quem estuda à noite, mas ainda não são adultos prontos. Não conseguem resolver as dificuldades que surgem, são adolescentes que deveriam estar terminando o segundo grau e encontram-se na verdade perdidos. 
Este aluno, perdido, não conseguiu de alfabetizar corretamente, não acompanha a turma, não aprende. Está saindo da escola por motivos que não são os mesmos motivos que impediram seus pais de estudarem, como: ajudar em casa, trabalhar cedo, dificuldade de acesso, ... estão se dirigindo para a EJA porque  não conseguem construir conhecimento. Onde está a falha? Creio que uma das questões para esta falha seria a falta de motivação, estrategias e investimentos para que estes alunos evoluam. Werneck, (2000) escreve:  “ Para motivar os alunos, é imprescindível analisar as formas de pensar e aprender para desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a afetividade(Werneck, 2000). 



sábado, 6 de abril de 2019

Reflexão sobre postagens II - Ética Profissional

Ética Profissional
       
        A cada ano passado em sala de aula, creio que os professores, cada vez mais são testados quanto a sua ética profissional. Um turbilhão de acontecimentos, muitos deles desagradáveis, realizados por colegas, pais ou responsáveis de alunos, faz com que o professor por vezes queria deixar a ética de lado , para Severino, (p.130)a ética está "na exigência de não ferir  a dignidade pessoal dos outros quando interpelados pela minha ação". Ai pensamos, por que ser ético se não recebemos a mesma consideração? E nos perguntamos: se o ser humano está evoluindo, por que não respeita mais seus educadores? Por que o professor virou o vilão? 
        A mídia tem mostrado professores agredidos, temos presenciado uma violência gratuita, violação de nossos direitos e não conseguimos nos defender. Então por que ser ético? Escrevi no blog
"O professor, também serve como exemplo por suas atitudes, sua conduta sem repreensões. O aluno se espelha no educador, e um ambiente escolar com ordem e valores dão ao aluno limites necessários para a convivência social", mas parece que nosso exemplo não consegue atingir alguns alunos, pois sofremos agressões verbais e violências físicas que com certeza professor nenhum merece. 
        Parece ser um desabafo, mas é uma triste constatação da realidade em que se encontram os professores das escolas brasileiras. A falta de consideração a dignidade do professor é gritante e, também, ocorre por parte de nossos representantes e governantes, que não desferem palavrões contra nossa pessoa, mas, também, não dão valor ou devida proteção ao profissional que dedica sua vida a ser cada dia melhor. 
           Mantemos nossa ética profissional. Temos o maior cuidado ao tratar alunos e seus responsáveis, colegas e gestores, mas este caminho tem se mostrado uma via de mão única. 

Reflexão sobre postagens I - Projeto de Aprendizagem

         
      No estágio 2018/2, do PEAD,  trabalhei com Projetos de Aprendizagem. Foi  bem gratificante observar e confirmar que o PA  contribui muito no processo de aprendizagem dos alunos, tornando-os mais autônomos e cooperativos. A turma estava inserida em um processo de receber todo o conteúdo pronto e responder aos mesmos de forma automática, sem construir conhecimento. Ao termino das aulas as informações apresentadas não tinham sido assimiladas. Freire escreve:

Enquanto na concepção ‘bancária’(...) o educador vai ‘enchendo’ os educandos de falso saber, que são os conteúdos impostos; na prática problematizadora, vão os educandos desenvolvendo o seu poder de captação e de compreensão do mundo que lhes aparece, em suas relações com eles não mais como uma realidade estática, mas como uma realidade em transformação, em processo. (FREIRE, 1993, p. 71).


          O PA com a turma 142 foi um sucesso, pois ao termino do projeto pode-se ver o aprendizado adquirido pelos alunos, a autonomia dos mesmos foi desenvolvida e o trabalho cooperativo foi um ponto forte do PA. Os alunos aprenderam a trabalhar em grupo e fazer pesquisas. Foram trabalhados juntamente com o projeto os conteúdos programáticos e os temas transversais, com muita interdisciplinaridade.


      Com o PA, percebi a necessidade de buscar novas metodologias, que desenvolvessem a autonomia e construção do conhecimento da turma, Graça (1998), “a visão construtivista do ensino preconiza o aluno como construtor de sua própria aprendizagem [...]”, bem como minha organização para seguir as atividades do PA, previamente estabelecidas no planejamento.  Com os trabalhos em grupo as aulas se tornaram mais participativas, os alunos foram mais exigidos, pois deixei a cargo dos mesmos a tarefa de realizarem todo o trabalho, dando dicas, explicando, fazendo perguntas e corrigindo quando é necessário. Para Becker (2012), “O resultado de uma sala de aula assim configurada é a construção e a descoberta do novo, é a criação de uma atitude e de coragem que essa busca exige.” As atividades sobre o PA foram diferenciadas, agradando a maioria dos alunos. Claro que nem todos os alunos desenvolveram a construção do conhecimento no mesmo nível, mas conseguiram evoluir tanto no que diz respeito ao projeto “Profissões”, quanto ao conteúdo curricular previsto no planejamento anual.
      Rever e mudar minha opinião sobre o PA foi um grande avanço na minha jornada como professora. Tornar ,com o PA , as aulas mais atraentes e significativas foi trabalhoso, mas os resultados foram muito positivos. 

BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento, p. 14, 2ª ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e terra, 1993.
GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Rainho & Neves, 1998. p. 27-34.