REFLEXÃO SOBRE POSTAGENS III - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
No turno da manhã trabalho na escola com a coordenação do turno. A clientela neste horário, são alunos do quinto ao nono ano. Alguns destes alunos apresentam uma defasagem bem grande referente a idade e a turma em que deveriam estar. Temos alunos de 17 e 18 anos no quinto e sexto ano. O que acontece é que estes alunos acabam, por terem muitas dificuldades de aprendizado, se desestimulando de estudar. Outro fator que agrava o desinteresse é que os alunos destas referidas séries estão entre dez e doze anos, então, não há uma relação afável entre eles. Tenho acompanhado estes alunos e percebo que os mesmos são a nova clientela da EJA. Estão prontos para serem "convidados" a ingressar na EJA, mas ao mesmo tempo que se sentem deslocados entre os pequenos, também encontram-se inseguros de frequentar a escola à noite com os adultos.
Alguns alunos que fizeram esta passagem me relataram que é tudo muito diferente. Os alunos são bem mais velhos, frequentam a EJA por vontade própria, para alcançar objetivos, normalmente que se referem a galgar uma posição melhor no emprego. Estes jovens que saem da escola diurna, pelos motivos relados, não querem estudar. Vão para a EJA por imposição dos pais, conselheiros tutelares ou pela Promotoria da Infância e da Juventude. Enfrentam, também, as dificuldades rotineiras de quem estuda à noite, mas ainda não são adultos prontos. Não conseguem resolver as dificuldades que surgem, são adolescentes que deveriam estar terminando o segundo grau e encontram-se na verdade perdidos.
Este aluno, perdido, não conseguiu de alfabetizar corretamente, não acompanha a turma, não aprende. Está saindo da escola por motivos que não são os mesmos motivos que impediram seus pais de estudarem, como: ajudar em casa, trabalhar cedo, dificuldade de acesso, ... estão se dirigindo para a EJA porque não conseguem construir conhecimento. Onde está a falha? Creio que uma das questões para esta falha seria a falta de motivação, estrategias e investimentos para que estes alunos evoluam. Werneck, (2000) escreve: “ Para motivar os alunos, é imprescindível analisar as formas de pensar e aprender para desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a afetividade(Werneck, 2000).
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