terça-feira, 30 de outubro de 2018

Reescrevendo postagens IV


               A criança usa as quatro operações muito antes de entrar na escola, faz isso de forma  pura e simples. Ao ingressar na escola são apresentados aos alunos números e símbolos, o que de certa forma perturba seu singelo saber. Ao aprender na escola  as operações aritméticas o aluno se depara com fórmulas, modelos e rotinas de resoluções de problemas, e estes problemas são progressivamente colocados em graus de dificuldade conforme  a evolução do entendimento do aluno. Muitas vezes o aluno necessita aprender alguns conceitos para poder se apropriar  do conteúdo, pois só a técnica não é o suficiente para a aquisição dos conceitos. Também é necessário para a aquisição dos conceitos em matemática técnicas que usem materiais  concretos e situações do cotidiano e de interesse dos alunos.    
              O professor tem seu papel neste contexto , Smole e Muniz   escrevem que:  “Como educadores, almejamos encantar nossos alunos de modo que explorem situações que sejam desafiadoras para eles e que os estimulem a realizar descobertas, identificar relações, enfim, que aprendam a gostar de estudar e aprender matemática. (SMOLE; MUNIZ, p. 20,  2013)”
É necessário, também, auxiliar ao aluno a aprenderem a fazer cálculos que sejam úteis, que possam utilizar no dia a dia. Não adianta apresentarmos aos alunos cálculos que  não possuem ideia para que servem. É necessário que ao invés de fazê-los estudar e decorar a tabuada apresentar-lhes as tecnologias que facilitam  as rotinas no que se referem aos cálculos.
Historicamente, observa-se que há técnicas operatórias que desaparecerem e se tornam obsoletas, por exemplo, a extração de raiz quadrada ou cúbica de um número. Elas deixaram de ser utilizadas, pois surgiram instrumentos e técnicas de cálculos mais eficientes e práticos [...] como calculadora e o computador, que permitem ganhar tempo e evitar o trabalho enfadonho. (SMOLE; MUNIZ , p. 22, 2013).
                 O aluno deve apropriar-se das operações aritméticas conhecendo os conceitos e atribuições dos cálculos, mas necessariamente não necessita fazer os cálculos  somente no papel, pode usar sim computadores e calculadoras que facilitem sua vida e otimizem seu tempo.
SMOLE, Kátia S. , MUNIZ, CristinoA. – A matemática na sala de aula: reflexões e propostas para os anos iniciais do ensino fundamental, Porto Alegre: Penso, 2013.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Reescrevendo Postagens III


Esta semana em Seminário IV foi nos apresentado um power point sobre Escrita e Autoria. Refletindo, escrevo, agora ,neste momento autora, sobre  o Curso PEAD, que é uma experiência totalmente nova desde o ingresso no mesmo. Ocupar o lugar de autor envolve responsabilizar-se pelo seu dizer, tanto pelo aspecto jurídico da escrita e da assinatura, como mostra o filósofo Michel Foucault (2004).  As primeiras publicações, considero  autorias modestas. No decorrer desta jornada, me analisei e "descobri" que escreve sem objetivos,  sem convicção ou argumentação aquele sujeito que pouco lê. Confesso que sou, ou era, uma destas pessoas. Nunca tinha tempo para ler,  estava sempre cansada, pois " a desculpa do cego é a bengala", e hoje, na obrigação de me superar, de tirar boas notas no curso, de aprender, deixo o cansaço de lado e me ponho a ler tudo que posso. Claro que ainda tenho meus limites, mas acho, em minha humilde percepção que estou melhorando e no caminho certo. [...]ler e escrever são fundamentais para ser e sentir-se adequadamente inseridos no mundo. Precisamos disso, pois ao contrário do que possa imaginar, o processo de formação do sujeito é na verdade uma auto-formação (Berna, 2011).
Outrora não teria coragem de escrever, hoje já o faço com pouco  mais de entendimento e confiança, pois não me nego em dizer o Curso PEAD é um divisor de águas em minha vida. Minha mente está mais aberta e meu senso crítico mais apurado, buscando coesão, coerência e concatenação de ideias. Confesso minhas dificuldades em caracterizar um texto como dissertativo, narrativo ou argumentativo. Ser autor faz profissão que escolhi e me sinto na obrigação de evoluir. “Quando somos o que escrevemos, a(r)riscamos: somos escritores, protagonistas de nossa obra”.(Trece, 2003, p. 115).
Para ser autor não é necessário somente escrever, mas escrever bem, pois, “ Uma boa redação transmite sensação de confiança, [...](SILVA, 2016), assim nos  destacamos como seres cultos, questionadores e reflexivos.


http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/a-importancia-da-boa-escrita-na-vida-profissional/94289/

Reescrevendo Postagens II


São vários os fatores que dificultam o aprendizado escolar e a alfabetização,  podemos começar pelos alunos que apresentam dificuldades com laudo técnico, com problemas como dislexia, disgrafia, discalculia,  disortografia, hiperatividade, déficit de atenção, ... E nas escolas ou postos de saúde não há profissionais capacitados para atuar com estas crianças.“A alta prevalência e a persistência da dislexia do desenvolvimento durante a vida toda e os seus efeitos sobre a qualidade de vida tornam a dislexia um dos problemas mais importantes de saúde pública”. (GRIGORENKO, 2003).
                    Outros fatores que contribuem para o quadro de dificuldades são: a escola não estar preparada para receber os alunos desta geração, teria que rever conceitos, currículos e práticas pedagógicas, abordando conteúdos de forma diferenciada. As escolas, também  não se encontram estruturalmente preparadas, pois  as salas de aula, laboratórios, tanto de tecnologias , de  Ciências e bibliotecas estão sucateadas,  em péssimas condições. Também, não é prioridade dos responsáveis pela educação, salas de recursos e reforços. Ainda com referência e escola, a mesma se encontra sobrecarregada com tantas atribuições como aprendizado, educação, limites,  lidar com a violência dentro e fora da sala de aula, falta de recursos, ...
                     O meio, violento e agressivo, em que as escolas e alunos estão inseridos, também contribuem em muito para a dificuldade dos alunos se alfabetizarem. Como um aluno pode conseguir aprender se há conflitos  familiares que não conseguem entender nem o porquê daquelas situações como : separações, abandono, violência doméstica, drogas, alcoolismo na família, miséria,  ... Souza coloca, a partir de autorrelatos de professores, que os grandes motivos dos encaminhamentos para os atendimentos psicológicos relacionam-se aos mais diversos tipos de queixas dos alunos. (Souza, 2005)
              A falta de motivação, também, é fator importante que dificultam  o aprendizado.   Para Vygotsky, o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. A não motivação ou desmotivação  interfere diretamente na aprendizagem. As motivações dependem do professor, dos seus planos de aula e estratégias diferenciadas para interessar seus alunos. “ Para motivar os alunos, é imprescindível analisar as formas de pensar e aprender para desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a afetividade (Werneck, 2000)

Refrências:
GRIGORENKO, E. L. The first candidate gene for dyslexia: Turning the page of a new chapter of research. Proceedings of the National Academy of Sciences of The United States of America, Washington, v. 100, n. 20, p. 1190-1192, 2003.
Souza MPR. Prontuários revelando os bastidores do atendimento psicológico à queixa escolar. Estilos Clin. 2005;10(18):82-107.
Vigotsky LS. Pensamento e linguagem. 3a ed. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Reescrevendo Postagens I

              Na postagem de 08 de novembro de 2015, sobre Alfabetização escrevi que:   A alfabetização é um processo que se inicia meses após o nascimento e se desenvolve plenamente se houver um mediador, ou seja, alguém que ensine a criança. Todo este processo de aprendizagem, a alfabetização,  não é natural e requer um esforço considerável, tanto de quem ensina, como de quem aprende, ainda que isto aconteça de forma despercebida.
              Para complementar, hoje, usaria teorias para afirmar minhas colocações como descreve  Weisz  ao escrever sobre Emília Ferreiro e a revolução que a mesma gerou em torno da alfabetização:  “Ambiente Alfabetizador”designa de maneira condensada, um ambiente que propicia inúmeras interações com a língua escrita, interações mediadas com pessoas que sabem ler e escrever (Weisz, p.12). Reforçando:  Kupfer ao escrever sobre Freud relata que: “As primeiras lições foram recebidas de sua mãe, e a elas seguiram-se as do pai. Ambos ensinaram-lhe as primeiras letras, assim como o introduziram nos primeiros textos bíblicos e na religião (Kupfer, p.18), dando assim relevância ao ato da alfabetização.
                Que se alfabetiza em qualquer lugar e não somente em uma sala cheia de cartazes e muito colorido. É claro que o lúdico, o colorido e os cartazes auxiliam muito na alfabetização, pois usamos para aprender a parte visual também, mas com o passar dos semestres descobri que alfabetizar demanda um esforço muito maior, com incentivo constante e construção de aprendizagens através das experiências vividas pelos alunos. Citaria, também, nesta postagem que o aluno não chega à escola sem saber nada, mas trás consigo uma bagagem de conhecimentos adquiridos do meio em que vive e com as pessoas a sua volta. 

KUPFER, Maria C. -Freud e a Educação : o Mestre do Impossível -São Paulo: Scipione, 1989.
WEISZ, Telma - Coleção memória da pedagogia. nº5 , Emília Ferreiro: a construção do conhecimento. Ediouro. São Paulo. 2005

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Planejamento



O Planejamento do Estágio e seus objetivos.
É necessário planejar contemplando a integridade dos componentes pedagógicos, tentando  abrange todos os  temas, mesmo  os temas fora do planejamento, como os dos projetos que surgem ao longo do ano elencados pela necessidade dos alunos. Para tanto é necessário haver O diálogo com os alunos ou dialogicidade como escreve Paulo Freire é imprescindível. Conhecer as características dos alunos e o meio em que vivem auxilia no planejamento, pois estrutura o trabalho a ser desenvolvido.
Os conteúdos curriculares devem aparecer  interdisciplinarmente, e de preferência  abrangendo os problemas socioculturais do aluno e da comunidade, e que o planejamento seja reestruturado conforme a necessidade, buscando a evolução do aluno como ser crítico e, pensante e ético.
Outro fator importante é que todo o processo de aprendizagem deve ser baseado na ação-reflexão-ação, não somente do aluno, mas do professor também.
A avaliação deve ser múltipla visando a evolução do aluno,  considerando-o como um todo. A avaliação não serve somente para avaliar o aluno, mas, também o professor pode analisar sua atuação como mediador.
"As características do planejamento de ensino
expressadas em cada um de seus diferentes e
complementares momentos, nos autorizam a afirmar que o
planejamento de ensino é, ao lado do próprio processo
educativo, um ato político-pedagógico. Só para não deixar
margens de dúvidas sobre o caráter político-pedagógico
dessa atividade didática e para oferecer apenas um exemplo,
basta ao educador descuidar-se das conseqüências sociais do
ato educativo proposto, para que o planejamento da ação
pedagógica se configure como um ato político. Mesmo que o
educador não se aperceba dessa omissão, o ato político
estará constatado. A situação inversa, ou seja, o planejamento
consciente, com definição concreta de suas conseqüências
pedagógicas e sociais, também resultará, ao mesmo tempo,
num ato pedagógico e político. O planejamento da ação
educativa não se configura, pois, como uma ação cujas
intenções são neutras. A neutralidade em educação, como já
foi amplamente demonstrado por teóricos educacionais e
cientistas sociais, não existe."  (Rays ,2000)

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Tema do PPA.

A primeira meta de PPA e verificar com os alunos suas curiosidades e inquietações, pois os temas geradores incitam aos alunos a aprenderem de forma mais natural e prazerosa, além do que normalmente estes temas tratam da realidade dos alunos ou suas necessidades. Zen e Xavier (2001) escrevem,

"Os temas geradores foram pensados por FREIRE (1980, p.32) para serem usados no método de alfabetização, pois segundo o autor, “procurar o tema gerador é procurar o pensamento do homem sobre a realidade e a sua ação sobre esta realidade que está em sua práxis”( ZEN;XAVIER, 2011 P.36)

  O tema gerador do PPA da turma do quarto ano A surgiu da seguinte forma: O tema do PPA foi escolhido na semana de 17 a 21/09, através de uma conversa, entre os alunos e a professora, onde o assunto principal foi o emprego e a profissões dos pais. Durante o diálogo os alunos declararam que, mais ou menos,  sessenta por cento das mães são faxineiras ou domésticas e que os pais trabalham em empregos mal remunerados e de muito esforço físico ou  serviços temporários. A Pergunta gerada pela professora aos seus alunos foi: Vocês gostariam de ter a mesma profissão dos  seus pais? A resposta foi: não! A professora então perguntou aos alunos  que profissões os mesmos  gostariam de exercer quando crescessem. Várias foram as profissões citadas. Em seguida foi perguntado se eles conheciam as funções e exigências de tais profissões. Os alunos responderam que não. A partir disto foi perguntado aos mesmos se gostariam de saber mais sobre as profissões. Surgindo, assim, o PPA. O objetivo deste projeto será  dos alunos conhecerem mais as profissões e se inspirarem para, quem sabe, saírem do ciclo de vida que seus pais os responsáveis seguem e mudarem o rumo de suas vidas e se distanciarem da margem da sociedade. 
Há muita expectativa, por parte da professora, que este PPA se realize com sucesso.  

Referências.

ZEN, Maria Isabel H. Dalla, XAVIER, Luisa M. Planejamento em destaque Análises menos convencionais.  ed. Mediação, Porto Alegre, 2011. 

Estágio PEAD

Então hoje começamos o Estágio do PEAD. A metodologia usada será o Projeto Pedagógico de Aprendizagem, o que causa um pouco de estranheza aos alunos, pois não estão acostumados a buscar informações, pesquisar ou tirar suas próprias conclusões. Esperam sempre pelo professor. Pelo conteúdo e pela correção das repostas. Becker (1994) descreve este tipo de pedagogia da seguinte forma,  [...]O professor fala o aluno escuta. O professor dita e o aluno  copia, O professor decide o que fazer e o aluno executa. O professor ensina e o aluno aprende [...]Após demorada conversa, com o quarto ano A parece  que entenderam a proposta do PPA. 
O PPA enfatiza a ação do aluno, a pesquisa e a respostas das dúvidas que os mesmos possuem antes de iniciar um projeto. Fagundes (2003) nos dirá que:

O desenvolvimento de um projeto de aprendizagem consiste na busca por informações que esclareçam as indagações de um sujeito sobre a sua realidade. Essas indagações se manifestam por inquietações advindas de suas vivências e necessidades em conhecer e explicar o mundo. O objetivo é o desenvolvimento de um processo de aprendizagem que alcance a construção de novos conhecimentos, em que o aprendiz possa sistematizar informações ampliando sua rede de significações, possa reestruturar o raciocínio lógico sobre os novos significados enquanto elabora sínteses de respostas descritivas e explicativas para sua curiosidade [...] (FAGUNDES, et.al., 2006, p.30).

Hoje foi o primeiro dia. Muitas incertezas se a metodologia dará certo com os alunos. Acredito que sim, pois é natural dos alunos serem curiosos. Mesmo acostumados ao tradicional creio que eu e a turma seremos bem sucedidos nesta trajetória de desacomodação e novas descobertas que é o estagio. 


BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
FAGUNDES, L.C. et. al. Projetos de aprendizagem - Uma experiência mediada por ambientes telemáticos. Revista   Brasileira de Informática na Educação Volume 14 - Número 1 - Janeiro a Abril de 2006