quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Infância Soft




Uma imagem, não é apenas uma imagem. Ela é a carregada de significados e significações, e pode ser tomada como produto cultural, “as representações visuais (...) ensinam a olhar e a olhar-se, contribuindo para a construção de representações sobre si e sobre o mundo (...) (HERNANDEZ, 2007, P.32).
Para poder definir o que é uma infância “soft” uso como referencia o parágrafo acima, do texto , Retratos de uma infância Contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, porque fala especificamente da imagem, e a imagem é o ponto principal da questão. Nós consumidores não consumimos somente o produto inserido em uma embalagem, mas, também,  da imagem inserida neste produto. Como que, se através dessa imagem, nos apropriássemos de tais características, resultando, inconscientemente um resultado de bem estar momentâneo. Claro que a qualidade do produto conta, mas associamos a qualidade a uma embalagem sofisticada.
Para a venda de produtos infantis, mostrar crianças consideradas lindas e saudáveis terá por consequência um lucro melhor. Mas se pararmos para analisar friamente a questão nos damos conta que aquela imagem que nos é repassada não é a realidade.  Uma criança, aparentemente bonita, mas muito pobre não conseguirá se enquadrar em um padrão soft, pois com certeza não recebe o mínimo de condições para viver. Nem tampouco toda a criança rica se enquadrará neste padrão, pois o padrão “soft”, não se refere somente à qualidade de vida, e sim a imagem que esta qualidade de vida representa, ou seja, a criança rica pode não ter este padrão também, sendo muito alta, muito magra, muito gorda, pele mais escura, cabelo considerado não tão bom, mesmo usando os melhores produtos para o cabelinho, pois a genética influência a todos, ricos e pobres. O padrão de vida é um diferencial para  ter uma infância “soft”? Sim, é um diferencial, mas não é um fator único. Se todas as crianças ditas ricas possuíssem uma imagem “soft”, para esta classe não seriam necessários tantos investimentos em propaganda, por outro lado, para as classes menos favorecidas a imagem ainda seria o foco, porque são consumidores ativos e também desejosos do que é belo.




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