terça-feira, 22 de maio de 2018

Alfabetização de Jovens e Adultos.

 Para Paulo Freire a alfabetização do adulto é um ato político, pois os mesmos procuram por algo mais, que seria a capacidade de conseguir refletir/analisar e transformar seu curso na vida. Estra reflexão se dá através do ato de libertação de conceitos e paradigmas aprendidos e enraizados em si e no seu meio social. 
Sabe-se que o processo de alfabetização de um adulto é igual ao de uma criança, passando pelos estágios descritos por Ferrero eTeberosky. E assim como as crianças, os adultos, trazem consigo saberes e conceitos de diversos assuntos, muitos adquiridos pela experiência de vida. 
Para alfabetizar um adulto é preciso  valorizar estes saberes e incluí-los na alfabetização juntamente com o conhecimento que os mesmo traz sobre a  escrita. Como dito nos vídeos é muito difícil encontrar um adulto com um nível zero de alfabetização. A partir deste fato deve ser feito pelo professor da EJA  um embasamento teórico que inclua estas experiências, onde o adulto encontre incentivo para escrever e ler. Estes incentivos devem estar ligados a sua realidade e a afetividade do aluno. Neste processo, alfabetização, serão usadas várias técnicas e  materiais pedagógicos que motivem e auxiliem a compreensão dos códigos. Estando o adulto alfabetizado poderá transformar seu meio social e refazer a leitura do mundo baseado em novas reflexões. 
A alfabetização destes alunos deverá ter como base uma referência, o marco referencial,  que o instigará a repensar sua visão de mundo, dos sonhos, bem como repensar sobre a sociedade em que vive e se poderá de alguma forma transformá-la/modificá-la. Para que todo o processo de alfabetização do aluno adulto tenha êxito é necessário não somente o empenho do aluno, mas , também, a união  de todos os envolvidos direta ou indiretamente no processo de aprendizagem ao qual o este aluno se submete. 

domingo, 20 de maio de 2018

Resenha Alfabetização de Adultos. Texto Regina Hara.


Alfabetização de Adultos. (Regina Hara)
Denise Egídio dos Santos Ghiorzi – turma E
A autora inicia sua escrita explicando  o propósito do CEDI, que através Programa de Educação e Escolarização Popular,  procura acompanhar  e apoiar instituições, grupos ou pessoas que se dedicam ao trabalho de alfabetização de adultos. Das dificuldades enfrentadas para alfabetizar e das dificuldades que os alunos adultos, também, possuem para se alfabetizar. Excluídos e marginalizados pela sociedade enfrentam dia a dia dificuldades enormes, como por exemplo locomoção. Relata o trabalho dos professores engajados em alfabetizar os adultos e na frustração  os mesmos sofrem por não conseguirem alfabetizar. O professor da EJA deve embasar suas práticas em posturas teóricas, sendo necessário para este profissional rever sempre suas práticas e recomeçar.
Cita Paulo Freire e suas técnicas de alfabetização, onde o sujeito deve ser dinâmico, ativo e reflexivo, e a alfabetização é embasada na realidade do sujeito. Entram no contexto, também, Ferrero e Teberosky, que ao realizarem estudos sobre alfabetização das crianças lançam suas preocupações na alfabetização dos adultos chegando a conclusão de que: “ aquisição da escrita é uma aquisição conceitual para crianças e adultos, construída pelo sujeito nas relações com o meio, do mesmo modo que se observa em outras áreas do conhecimento”.
As concepções dos adultos não-escolarizados com respeito à escrita.
As concepções dos adultos não-escolarizados passam pelos mesmos estágios da concepção da escrita que foram identificados na alfabetização das crianças: escrita pré-silábica, escrita silábica, silábico-alfabética, alfabética. Enfatizado o princípio de que quando “os alunos  não se alfabetizam podem estar sendo submetidos a um processo inadequado, que conflitua com seu próprio modo de perceber a escrita”.
Como concebemos o processo de alfabetização.
“A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; ...”, mas tendo em vista uma função social, onde o ser humano entenda e consiga interpretar o que está lendo. A leitura deve ser diversificada, e a escrita deve ter significado para o autor.
A socialização das estratégias de leitura.
Várias estratégias devem ser usadas para construir conhecimento, pois cada sujeito se organiza e opera cognitivamente as informações de formas diferentes. A uma variedade de informações coletadas ao longo da vida e cada indivíduo as assimila de uma forma.
Experiência com classe de adultos
O registro de Hara ainda relata a Caracterização da Classe, onde ocorreu uma experiência em um citado colégio com a intenção de ligar o embasamento teórico que foram construídos com a realidade da sala de aula. Tal experiência identificou os participantes de uma sala de aula com 29 alunos, na sua maioria mulheres e entre 15 a 51 anos, que relataram o porquê da necessidade de voltarem a estudar. Suas motivações e suas dificuldades, além do preconceito sofrido. Tal pesquisa serviu, inicialmente, para fazer diagnósticos de como a classe lia e escrevia. Observaram que o grupo era muito heterogêneo que iam desde aqueles que conheciam apenas algumas letras, sem conseguirem produzir textos significativos até os que escreviam com pouca prática do ponto de vista ortográfico e sintático.  O texto vai relatando outras fases da experiência como: as condutas de sala de aula, onde se presume que o aluno tendo algum tipo de conhecimento possa chegar a com as aulas há  reflexões  que apareceram em seus textos; a leitura, dando ênfase há diversificados tipos de materias onde haja algo que possa ser lido até textos como notícias de jornais, poemas, ... São contemplados , também, as atividades voltadas a leitura e a escrita, onde é colocado em evidência o que pode se escrever a partir do que os alunos já sabiam, dando ênfase ao que o aluno gosta de escrever. A construção da autonomia que incentivem suas coordenações motoras e instrumental escolae bem como suas aplicações para  o ato estudar. No  tangente ao conteúdo já estava predeterminado. Os alunos deveriam saber alguns  fundamentos básicos da Língua Portuguesa. No item de avaliação foi determinado que os alunos se auto avaliariam, constatando seus progressos.
O resultado da experiência foi o de que os alunos não se transformaram em exímios leitores, mas têm condições para tal. Iniciaram uma autonomia na busca dos conhecimentos. Todos os alunos evoluíram no processo de leitura, avançando os estágios iniciais que apresentavam no início da experiência.
As conclusões finais foram as de que: deve-se dar valor ao conhecimento prévio dos alunos. Os alunos analfabetos passam por etapas de desenvolvimento como as crianças. Operam cognitivamente e são estimulada pelo meios sociais, desafios e informações. Quando percebem se apropriam  da construção da escrita  código conseguem a perceber as relações no mundo.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Revisão de textos

     Neste semestre nos deparamos novamente com a atividade de ler os textos de outros colegas. Quando fizemos anteriormente a revisão do blog de um aluno do PEAD, descobrimos que não é fácil avaliar a escrita do outro e , também , não é fácil entender tudo o que está escrito. Hoje nos é apresentada a atividade onde os futuros formandos estão escrevendo melhor, evoluíram, ..., então fica mais difícil ainda avaliá-los, pois sabemos que a tarefa foi feita em aula e com alguma pressão para que todos os quesitos,  da cena apresentados, aparecessem no texto autoral.
     Ao ler os textos verifiquei que há alguns itens faltantes, provavelmente pela falta de tempo, pois é sempre lembrado pelos colegas a dificuldade de escrever que a maioria possui trazendo , assim, a necessidade de um templo maior de reflexão e escrita. Verifiquei, também, que meu texto se encontra incompleto, pois nem todos os conceitos subjetivamente sugestionados foram elencados no mesmo. Isto não se deve , em prática, a falta de conhecimento, mas sim a falta de experiência para redigir textos mais complexos como os que serão exigidos para o TCC.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

EJA - Fórum Unidade 2.

    
O conceito que mais considero relevante para a prática pedagógica na EJA é da necessidade que o aluno construa seu conhecimento através da interação entre os sujeitos que frequentam a EJA. Que sejam exaltadas as experiências de cada indivíduo ou as do conjunto de indivíduos, se for o caso. Que o currículo seja baseado e voltado para o meio em que vivem, em suas realidades e necessidades, como descrevem Vargas e Gomes ao citar o relato de Antônio (pg 458, 2013) que fala da sua necessidade em aprender, que diz: [...] preciso aprender mais... ter mais conhecimento... facilitar mais o meu setor do trabalho, conhecer mais, desenvolver mais o meu trabalho; a gente tem mais é que correr atrás... Por exemplo, desenvolvimento no trabalho, quer dizer, não perder a oportunidade no trabalho.
Os alunos jovens e adultos da EJA são sujeitos que perderam ou não tiveram a oportunidade de ingressar ou concluir seus estudos, por vários motivos alguns alheios as suas vontades, como: trabalhar para ajudar financeiramente a família, gravidez indesejada, vício em drogas, dificuldades de deslocamento e mobilidade até a escola, conflitos familiares...
       São alunos jovens mais ou menos a partir dos dezesseis anos que estão atrasados nas séries, que tem dificuldades de aprendizado, que se encontram com algum dos problemas citados no parágrafo a cima, e adultos que não conseguiram concluir seus estudos ou são analfabetos que procuram ascensão profissional, social ou pela necessidade de interação ou entendimento do meio em que vivem.
       A linguagem destes sujeitos normalmente é a linguagem do meio em que vivem, com pronúncias erradas pela ignorância gerada pela falta de frequentarem a escola. Alguns conseguem ler algumas palavras, por terem parado de estudar em alguma série, mas o entendimento e o pensamento sobre determinado objeto podem ou são comprometidos. Em contra partida suas experiências de vida servem muitas vezes como base para resolução de problemas do cotidiano.

Na EJA, os jovens e adultos pouco ou não escolarizados – oriundos, portanto, de uma cultura não escolar –, ao ingressarem na escola, terão que se inserir e interagir com os modos de funcionamento particulares da instituição. Entretanto, o aprendizado desses sujeitos inicia-se muito antes de frequentarem a escola, uma vez que eles aprendem a lidar com as situações, as necessidades e as exigências cotidianas da sociedade contemporânea. Portanto, quando começam a estudar, já tiveram experiência com medidas, cálculos matemáticos, materiais impressos, língua materna falada, ferramentas de trabalho e equipamentos elétricos e/ou eletrônicos. (Vargas, Gomes- p.453, 2013).
         As dificuldades dentro de sala de aula são de entendimento dos conteúdos do currículo que não são baseados em sua realidade ou sobre o seu meio. A relação entre sujeitos de diversas faixas de idade e de culturas. No cotidiano de suas vidas as dificuldades se apresentam no desnivelamento e exclusão social, falta de tempo para os estudos com por exemplo várias horas de trabalho, falta de mobilidade, dificuldades financeiras, ...
       O fato de os alunos pertencerem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas, etárias, étnicas, religiosas etc... pode provocar diferenças no funcionamento cognitivo? Sim.  Por quê?

 ... Conforme explicita Tulviste (1991), pessoas diferentes, membros do mesmo grupo cultural ou não, pensarão sobre partes idênticas do ambiente de formas diversas; e a mesma pessoa pode pensar de maneiras diferentes, usando diferentes métodos, estratégias e instrumentos conforme a atividade em que esteja envolvida. (Oliveira, 1997, p. 58)

A diversidade é algo incontestável dentro de uma escola, e dentro da EJA não é diferente, pois além da diversidade cultural ainda há variedade de idades. Trazendo assim, para este ambiente uma multiplicidade de conceitos das experiências de situações vividas pelos integrantes da EJA que podem ser compartilhadas ou contestadas pelos particiantes da mesma.
Os elementos fundamentais para que o trabalho da EJA seja bem sucedido são as relações que se desenvolvem dentro de um ambiente de ensino e entre os sujeitos que dela fazem uso, incluindo os professores, conforme Vargas e Gomes (p.453, 2013).  Esse aprendizado ocorrera nas interações com outras pessoas, por meio de perguntas, respostas, instruções, informações e imitação, possibilitando que eles desenvolvessem um repertorio de atividades/capacidades que lhes permitiu ocupar seus espaços dentro de seus grupos sociais.

Referências:

- VARGAS, Patrícia Guimarães -  GOMES, Maria de Fátima Cardoso - Aprendizagem e desenvolvimento de jovens e adultos: novas práticas sociais, novos sentidos - Educ. Pesqui., São Paulo, v. 39, n. 2, p. 449-463, abr./jun. 2013.