Narrativa Ver e olhar
Ao
abrirmos os olhos, pela manhã, nossos olhos veem tudo a nossa volta, nos
enxergamos no espelho, escolhemos nossas roupas e as cores que usaremos naquele
dia. Tudo automaticamente. Mas em qual momento, deste dia atribulado começamos
realmente a olhar o que realmente necessita de atenção?
Nossa profissão, professor, exige que além de ver tudo e todos, que tenhamos um olhar sensível, observador e até mesmo crítico. Que através da observação possamos resolver questões ligadas ao nosso aluno e ao modo que o mesmo assimila e aprende. O professor necessita deste olhar sensível sobre o sujeito para tentar compreendê-lo. Faz parte do nosso trabalho: enxergar o que as vezes não consegue ser visto, o que está na subjetividade, nas camadas mais densas do ser humano.
Querendo ou não, vamos aos poucos nos envolvendo com nossos alunos, entendendo suas necessidades e nos afeiçoando. Estar aberto e sensível a todas as questões e dificuldades que envolvem a alfabetização e do dia a dia dos nossos alunos, fazem parte da nossa convicção.
Nossa profissão, professor, exige que além de ver tudo e todos, que tenhamos um olhar sensível, observador e até mesmo crítico. Que através da observação possamos resolver questões ligadas ao nosso aluno e ao modo que o mesmo assimila e aprende. O professor necessita deste olhar sensível sobre o sujeito para tentar compreendê-lo. Faz parte do nosso trabalho: enxergar o que as vezes não consegue ser visto, o que está na subjetividade, nas camadas mais densas do ser humano.
Querendo ou não, vamos aos poucos nos envolvendo com nossos alunos, entendendo suas necessidades e nos afeiçoando. Estar aberto e sensível a todas as questões e dificuldades que envolvem a alfabetização e do dia a dia dos nossos alunos, fazem parte da nossa convicção.
Minha
narrativa trata de um aluno que recebi a pouco, neste segundo semestre, vou
chama-lo de (W). (W) está com 7 anos, frequentou creche e pré-escola. Não
escreve nem reconhece o próprio nome. Não sabe vogais, o alfabeto ou os números.
Achei muito estranho por se tratar de uma criança de 7 anos com histórico de
frequência em sala de aula. (W) tem mania de apontar seu lápis a toda hora, e
mexer no lixo A princípio não dei importância, era só um aluno procurando o
apontador no lixo. Após duas semanas vendo isto, decidi parar de ver e cena e
realmente olhar o que estava acontecendo naquele ritual de vasculhar o lixo
atrás do apontador. (W) procurava na realidade restos dos lanches dos colegas,
comia migalhas escondido. A partir daquele momento passei a deixar em meu
armário um pacote de bolacha, pois as vezes a escola não fornece o lanche. Comecei a olhar meu aluno de forma diferente.
Como pode aprender se está com fome? Seus modos em sala de aula, inquietos e
agitados, também me chamaram atenção. Pedi para falar com a mãe e percebi que o
meio ao qual (W) pertence, também tem influência em seu comportamento, pois a
mãe não tem estudo, nem padrões de higiene adequados, e nem sabe lidar com os
filhos, pois entre eles há um clima de violência e também negligência. A mãe
alega que (W) ter transtorno de aprendizagem e hiperatividade, mas alega,
também, que (W) não faz nenhum tipo de tratamento ou frequenta alguma sala de
recursos. A partir de todos os fatos observados, parei de ver meu aluno como
indisciplinado e agitado e passei a olhá-lo como alguém que precisa de ajuda,
de ser acolhido na escola e em sala de aula.
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