quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Reescrevendo as postagens V

Brincar

          Na primeira aula, presencial, de Ludicidade, voltei a ser criança! A muito tempo não me permitia brincar. Redescobri em poucos minutos a importância das brincadeiras e de como elas nos influenciam. Sai da sala de "bom humor" e com a séria intenção  de usar a brincadeira dentro da sala de aula. No dia seguinte, entrei na sala de aula, larguei a bolsa, dei bom dia e me virei de frente para o quadro, encostada no mesmo, comecei a contar 1, 2, 3, ...10. Qual foi a minha surpresa ao escutar os alunos se escondendo debaixo das classes. Eles, os alunos, com certeza sabiam que seriam encontrados, mas adoraram a novidade, alguns até conseguiram ser mais rápidos e "bater no ferrolho": 1, 2, 3, fulano, ... Foi muito bom!
          Lendo os textos sugeridos, me convenci que a brincadeira é muito mais importante do que imaginava, e que é realmente algo muito sério e necessário. É através das brincadeiras que muitas crianças organizam ativamente situações que estão vivendo passivamente. Que as mesmas se socializam, interagem e aprendem a dividir. Aprendem limites e regras, e as regras mais importantes aprendidas nestes momentos não são as regras ditadas pelo adulto e sim a regras escolhidas pelos seus semelhantes, aqueles que brincam junto. Através da brincadeira os pequenos desenvolvem a cognitividade, aprendendo com o faz-de-conta a resolver situações que as vezes são frustrantes, mas concernentes as suas idades.
          Huizinga (1971) entende o jogo como elemento fundante da cultura, e que as instituições sociais evoluem a partir de práticas lúdicas.
          A brincadeira não é necessariamente algo que deva ser coerente ou sempre certo, pelo contrário ao brincar e errar ou fantasiar é dali que resultam aprendizados  tão importantes. Em varias ocasiões são usadas técnicas com brincadeiras como em terapias , dinâmicas de emprego, aulas de graduação, seminários, ..., lugares onde o adulto deve ser lembrado que a brincadeira é algo essencial importante no amadurecimento humano. Wenner (p. 28, 2011) escreve que: "Muitos  programas de treinamento executivos apostam em brincadeira infantis para ajudar profissionais e se conhecer melhor."
          Portanto, brincar além de ser muito bom, faz parte da evolução do indivíduo. O brincar se torna importante a medida que auxilia " a manter a saúde emocional" Wenner (2011), auxiliando a criança a passar os períodos de ansiedade, confusão e construção da identidade. Outro fator importantíssimo da brincadeira é a parte social, onde a criança, com o brinquedo, inicia sua socialização aprendendo a repartir e se colocar no lugar do outro. A criança inicia um processo de resolução e compreensão das diferenças com seus pares. Ao começar a amadurecer as pessoas esquecem-se de continuar brincando. Deixam a rotina e a ansiedade tomar conta. Esquecem-se como é ser criança e passam a não entender a necessidade da criança de brincar. Normalmente quando uma criança entra para a escola, o pai começa a deduzir que: se não há nada escrito no caderno aquele dia e a criança foi para o pátio brincar, aquele dia foi perdido e ela não aprendeu nada. Infelizmente não sabe quão grandiosos foram os aprendizados daquele dia. 

Referência.
WENNER, Melinda - Brincar e coisa séria - Mentecérebro, janeiro 2011.

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