sábado, 24 de junho de 2017

INSTÂNCIAS COLEGIADAS - GD - ORG. ENS. FUNDAMENTAL

INSTÂNCIAS COLEGIADAS: ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA.
Segundo Veiga (2017), a partir da ideia da gestão democrática, foram criados mecanismos ou instâncias de participação que contribuem para o empoderamento de cada um dos segmentos que formam esta comunidade escolar. São eles:
     Eleição do diretor escolar, Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres,  Conselhos Escolares, Grêmio Estudantil.
            A eleição do diretor escolar deve contar com a participação de todos e de forma paritária. Já os CE são essenciais para o processo de distribuição e descentralização do poder da gestão. A Associação de Pais e Mestres tem a finalidade de  colaborar no aprimoramento do processo educacional, na assistência  escolar e na integração família-escola-comunidade.  O Grêmio estudantil leva as reivindicações da comunidade discente à Gestão da escola. Tem como objetivo, também, formar novos líderes estudantis.  O Conselho de Classe é uma instância avaliativa, Normalmente em uma GD o Conselho de Classe é participativo (participação de diretores, professores e alunos).
            Em uma Gestão Democrática os maiores desafios são: descentralizar o poder dos diretores que ainda é visto como autoridade máxima, onde a comunidade, pais e alunos, delegam somente a direção o gerenciamento  da escola. A falta de informação desta comunidade faz com que a GD não se realize, fique só como um Discurso Democrático, e que na ação fique  sem efeito. Normalmente a ignorância das atribuições de um Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e CPM geram ao gestor um gama de trabalhos que poderiam ser delegados aos membros, mas isso infelizmente não acontece ficando diretores e vice-diretores na incumbência de resolver todas as demandas da escola.
            Outro fator importantíssimo, que  também se está ligado ao parágrafo anterior, é a falta de comprometimento de pais na educação dos seus filhos. Para alguns a escola é um depósito, onde os filhos ficam no mínimo quatro horas por dia. Participar de uma reunião, ir à escola quando solicitado, ajudar a escola em projetos educacionais ou festivos, ... é realmente muito difícil. Há inúmeras desculpas para não comparecerem  à escola ou assumirem de verdade  sua participação na educação dos filhos. PARO escreve que:
                                     “Se queremos uma escola transformadora, temos que transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola”. (PARO, 2005, p.10)

              Mas a transformação posposta por PARO esbarra na dificuldade que a Escola tem em trazer a comunidade a participar das decisões. Campanhas e propostas têm de ser aplicadas para que a comunidade queira se integrar e participar dos processos da GD.  Paulo Freire  defende o empoderamento dos participantes, mas este ato de se empoderamento depende do querer dos participantes o que na minha escola não acontece. Relato isto, pois a experiência que tenho com GD e CE é bem demagoga, pois a GD na escola onde leciono não é participativa, não abrange a comunidade escolar e não autoriza Grêmio Estudantil (por achar que os alunos são imaturos demais).           
            Falta à comunidade escolar, principalmente pais e responsáveis, se apropriarem politicamente de seus direitos e deveres. Se educarem, politicamente, para poderem usufruir da GD. O sujeito leigo aceita tudo sem contestar. Ciceski e Romão, declaram que a

[...] construção cotidiana e permanente de sujeitos sócio-políticos capazes de atuar de acordo com as necessidades desse novo que - fazer pedagógico - político, redefinição de tempos e espaços escolares que sejam adequados à participação, condições legais de encaminhar e colocar em prática propostas inovadoras, respeito aos direitos elementares dos profissionais da área de ensino. É necessário ainda que conheçamos as experiências, já vividas, tomemos conhecimento de seus limites e avanços e, num processo contínuo de prática e reflexão, superemos suas falhas, aperfeiçoando seus aspectos positivos e criando novas propostas para os problemas que persistem. (CICESKI e ROMÃO, 2004, p.66).

Fica bem claro, na entrevista com a presidente do Conselho Escolar, onde leciono, que falta um  mínimo de informações as pessoas que participam dos processos que  são inerentes a Gestão Escolar Democrática.
Espero que na próxima gestão, da minha escola o quadro mude.  Acredito, também, que é possível se fazer uma GD envolvendo todos os participantes da comunidade escolar. É um processo longo, mas com incentivo dos gestores a comunidade pode começar a ter noção da importância de sua participação.



Um comentário:

  1. Denise! Tuas postagens de Psicologia e de OEF demonstram a reflexão sobre a realidade da qual vc faz parte. Os conhecimentos provenientes das interdisciplinas enriquecem ainda mais tua ação. Abraços, tutora Josele.

    ResponderExcluir