INSTÂNCIAS COLEGIADAS:
ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA.
Segundo
Veiga (2017), a partir da ideia da gestão democrática, foram criados mecanismos
ou instâncias de participação que contribuem para o empoderamento de cada um
dos segmentos que formam esta comunidade escolar. São eles:
Eleição do diretor escolar, Conselho de
Classe, Associação de Pais e Mestres,
Conselhos Escolares, Grêmio Estudantil.
A eleição do diretor escolar deve
contar com a participação de todos e de forma paritária. Já os CE são
essenciais para o processo de distribuição e descentralização do poder da
gestão. A Associação de Pais e Mestres tem a finalidade de colaborar no aprimoramento do processo
educacional, na assistência escolar e na
integração família-escola-comunidade. O
Grêmio estudantil leva as reivindicações da comunidade discente à Gestão da
escola. Tem como objetivo, também, formar novos líderes estudantis. O Conselho de Classe é uma instância
avaliativa, Normalmente em uma GD o Conselho de Classe é participativo
(participação de diretores, professores e alunos).
Em uma Gestão Democrática os maiores desafios são:
descentralizar o poder dos diretores que ainda é visto como autoridade máxima,
onde a comunidade, pais e alunos, delegam somente a direção o
gerenciamento da escola. A falta de
informação desta comunidade faz com que a GD não se realize, fique só como um
Discurso Democrático, e que na ação fique
sem efeito. Normalmente a ignorância das atribuições de um Conselho
Escolar, Grêmio Estudantil e CPM geram ao gestor um gama de trabalhos que
poderiam ser delegados aos membros, mas isso infelizmente não acontece ficando
diretores e vice-diretores na incumbência de resolver todas as demandas da
escola.
Outro fator importantíssimo, que também se está ligado ao parágrafo anterior, é
a falta de comprometimento de pais na educação dos seus filhos. Para alguns a
escola é um depósito, onde os filhos ficam no mínimo quatro horas por dia.
Participar de uma reunião, ir à escola quando solicitado, ajudar a escola em
projetos educacionais ou festivos, ... é realmente muito difícil. Há inúmeras
desculpas para não comparecerem à escola
ou assumirem de verdade sua participação
na educação dos filhos. PARO escreve que:
“Se
queremos uma escola transformadora, temos que transformar a escola que temos aí.
E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por
parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados
o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da
escola”. (PARO, 2005, p.10)
Mas a transformação posposta por PARO
esbarra na dificuldade que a Escola tem em trazer a comunidade a participar das
decisões. Campanhas e propostas têm de ser aplicadas para que a comunidade
queira se integrar e participar dos processos da GD. Paulo Freire
defende o empoderamento dos participantes, mas este ato de se
empoderamento depende do querer dos participantes o que na minha escola não
acontece. Relato isto, pois a experiência que tenho com GD e CE é bem demagoga,
pois a GD na escola onde leciono não é participativa, não abrange a comunidade
escolar e não autoriza Grêmio Estudantil (por achar que os alunos são imaturos
demais).
Falta à comunidade escolar, principalmente pais e
responsáveis, se apropriarem politicamente de seus direitos e deveres. Se
educarem, politicamente, para poderem usufruir da GD. O sujeito leigo aceita
tudo sem contestar. Ciceski e Romão, declaram que a
[...]
construção cotidiana e permanente de sujeitos sócio-políticos capazes de atuar
de acordo com as necessidades desse novo que - fazer pedagógico - político,
redefinição de tempos e espaços escolares que sejam adequados à participação,
condições legais de encaminhar e colocar em prática propostas inovadoras,
respeito aos direitos elementares dos profissionais da área de ensino. É
necessário ainda que conheçamos as experiências, já vividas, tomemos
conhecimento de seus limites e avanços e, num processo contínuo de prática e
reflexão, superemos suas falhas, aperfeiçoando seus aspectos positivos e
criando novas propostas para os problemas que persistem. (CICESKI e ROMÃO,
2004, p.66).
Fica
bem claro, na entrevista com a presidente do Conselho Escolar, onde leciono,
que falta um mínimo de informações as
pessoas que participam dos processos que são inerentes a Gestão Escolar Democrática.
Espero
que na próxima gestão, da minha escola o quadro mude. Acredito, também, que é possível se fazer uma
GD envolvendo todos os participantes da comunidade escolar. É um processo
longo, mas com incentivo dos gestores a comunidade pode começar a ter noção da
importância de sua participação.