Nesta semana, achei que tinha feito meu primeiro experimento de Ciências, mas na verdade foi o segundo, pois no primeiro nem me dei conta que estava incluindo em minha aula tal disciplina. Ao perguntar algo para meu aluno ele me fez recordar que já tinhamos plantado feijões, após a história de "João e o pé de feijão". No momento do plantio e crescimento dos brotos, não me dei conta que as inúmeras explicações que dava sobre o copinho com brotos era uma aula de Ciências. O experimento desta semana, foi um, pouco mais elaborado e tinha consciência que era uma experiência. Me deparei com alguns pontos de referencia do livro "Ser professor é ser pesquisador" que na pagina sete diz que o professor tem que elaborar planos e atividades, reproduzir conteúdos e interpretar e observar. Me vi planejando a aula e estudando sobre o assunto, pois não sabia nada a respeito. Tentei interpretar e observar a reação dos meus alunos e conclui que na realidade o maior aprendizado foi o meu, pois além de estudar sobre o experimento observei a grande curiosidade dos alunos com relação ao tema experiências. Na escola, onde leciono, a professora de Ciências, fez com os alunos células, com massinha de modelar, dentro de potes, feitos com garrafas pets, e gelatina colorida. Tudo foi exposto no saguão da escola, e a curiosidade dos alunos dos anos iniciais era muito grande. Relataram que gostariam de fazer aquele trabalho, mas não sabiam ainda o que era uma célula. Naquele momento não me dei conta, com a minha turma, que poderia ter explorado mais o assunto, mostrando para os alunos o que era uma célula e qual eram suas funções. Agora no PEAD, tenho mais consciência dos acontecimentos a minha volta e não vou deixar passar mais estas oportunidades de explorar os conteúdos através da curiosidade dos meus alunos, mesmo que o assunto ainda não faça parte do currículo da alfabetização.
- BECKER, Fernando - MARQUES, Tania B. I - Ser professor e ser pesquisador .
sábado, 29 de outubro de 2016
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Alfabetização Matemática.
Conforme o texto "Alfabetização Matemática nas séries iniciais, ..." fica claro a ideia do autor de que a criança deve ser introduzida na matemática desde os primeiros anos de escola. Essa alfabetização inicia-se com a construção da lógica matemática, conforme Kamii (1986), onde tal verificação se dá pela coordenação das relações simples que a criança criou anteriormente entre os objetos. Pela leitura do texto, também podemos perceber, conforme cita Danyluk (1997) "que a" Matemática é considerada, por muitos, uma ciência para poucos ou uma ciência para "gênios"" e que está fora do cotidiano escolar". O autor ainda afirma através de citação, também de Danyluk , " que o processo de alfabetização pode ser dar conjuntamente com a aquisição da leitura e escrita".
Inia-se a alfabetização matemática com a comparação, correspondência, classificação, seriação, pertinência, sistema decimal e valor posicional, que são a base para a matemática.
Inia-se a alfabetização matemática com a comparação, correspondência, classificação, seriação, pertinência, sistema decimal e valor posicional, que são a base para a matemática.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Tempo no espaço escolar.
Para
o professor, na atualidade, o tempo de sala de aula deixa de ser aquele tempo
de cumprir com as obrigações, de realizar atividades que se destinam a
preencher a carga horária? Sim ou não por que?
R: Não,
porque por mais que tentemos, as obrigações e cobranças são constantes. O setor
pedagógico das escolas não deixa que esqueçamos dos períodos e dos conteúdos a
cumprir. “Dar conta do conteúdo” é parte obrigatória do nosso tempo. Estamos
sempre correndo atrás do tempo, que parece nunca ser o suficiente. Ainda, como
professores lidamos com outras relações de tempo e espaço na escola, como com
os alunos que são observados por não atenderem as exigências da sala de aula,
como aprender homogeneamente com o grupo, por não cumprir suas tarefas ao mesmo
tempo que os demais, e até mesmo tomar ou comer seu lanche em tempo diferente
ao da turma. Sempre pensamos “estamos atrasados novamente”. Como professores
temos uma ansiedade de que os alunos aprendam ao mesmo tempo, tudo. Ainda há as
rotinas da escola, a qual não conseguimos escapar e que faz parte do bom
andamento da escola, como o tempo certo para ir ao recreio, para usar a
pracinha, o laboratório de informática, a biblioteca, o banheiro, e até tomar
água. Somos controladores do tempo. Enquanto a aluno está em sala de aula, seus
passos são rigidamente cronometrados. Temos, também, como professores, muita
dificuldade de aliar a quantidade de tempo com a qualidade do mesmo. Perdemos
muitos minutos do nosso dia educando, no sentido literal de dar limites,
ensinar a se portar em sala de aula, respeitar o próximo, legado da família
delegado nesta época ao professor, que não consegue, por estes motivos, ser um
mediador de maneira plena. Quantas vezes nos deparamos com um projeto ou plano
de aula, ao qual demandamos várias horas de aplicação (tempo de novo),
normalmente em casa, que não conseguimos aplicar por que dois alunos brigaram
em sala de aula, por que a mãe veio reclamar que o celular do filho foi roubado
na escola, e várias outras situações, que ocorrem em sala de aula, que fogem ao
controle do professor, por que os alunos chegam as escolas cada vez mais sem a
educação básica esperada de casa.
Dificilmente os alunos, professores
e direção, dentro de uma escola conseguem conciliar o tempo. Os alunos não têm tempo para brincar e criar,
o lúdico fica muito prejudicado pois os professores estão tolhidos pelos
currículos. As direções se esforçam, mas estão sempre usando o seu tempo para
conseguir verbas, resolver problemas e lidar com processos burocráticos
infinitos. As rotinas nas escolas, não podemos negar, são necessárias, rotinas
alicerçadas pelo tempo, mas, também muito frustrantes e cansativas.
A humanidade é movida pelo tempo, e nele
deposita suas esperanças.
Quem
teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um
indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da
exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os
pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
(Cortar o tempo – DRUMMOND)
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Rubens Alves
Ao ler o texto de Rubens Alves "Gaiolas ou Asas", nos deparamos, como o próprio autor diz: um aforismo sobre como dar ao aluno a possibilidade de aprender através do próprio esforço e interesse. Quando o autor escreve: "Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."(Rubens Alves). Nos deparamos com a mediocridade em que se encontra a educação, com currículos pré estabelecidos, conteúdos repetitivos, pouquíssimas pesquisas e projetos, onde o aluno aprenderia por interesse. Nos esbarramos ainda com a desmotivação dos professores que são obrigados a dar aulas para atingir ao final do ano a porcentagem de conteúdos mínima para aprovação do aluno. O aluno trás dentro de si uma curiosidade nata, pois vemos todos os dias que aprendem com rapidez, mas só aprendem o que lhes é prazeroso e instigante. O ensino na maioria das escolas do Brasil ainda se encontra em uma forma "quadrada", exata, sem condições de dar ao aluno o prazer de investigar, duvidar, realizar pesquisas, promover seu próprio jeito de adquirir conhecimento. Os passos para mudar este quadro estão sendo dados, de forma lenta, mas com certeza, ainda veremos muitas transformações na educação
Referência:
ALVES, Rubem . Gaiolas ou asas?
In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p.29- 32.
Referência:
ALVES, Rubem . Gaiolas ou asas?
In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p.29- 32.
sábado, 1 de outubro de 2016
Mal estar docente.
DENISE EGÍDIO DOS SANTOS
GHIORZI
ROSANGELA LA REGINA
LIESENFELD
SEMINÁRIO INTEGRADO IV
MAL ESTAR
DOCENTE
MAL-ESTAR
substantivo masculino
1. 1.
sensação desagradável de perturbação
do organismo; indisposição que não chega a configurar doença; incômodo,
indisposição.
2. 2.
estado de inquietação, de aflição mal
definida; ansiedade, insatisfação.
"m. social"
É
com consternação que escrevemos este texto. Antes de analisarmos o MAL ESTAR
DOCENTE, pesquisamos o que seria “mal estar”
(vide acima). Nós fazemos parte do grupo que se encaixa em 2.2 onde diz: estado
de inquietação, de aflição mal definida; ansiedade, insatisfação”. Estamos nos
sentindo inseguras da escolha de sermos docentes, realmente incomodadas com a
atual situação do professor, das escolas, dos alunos e o descaso do governo.
Nos
defrontamos diariamente com o desestímulo, muitas vezes deixando de lado nossos
projetos e ambições, sejam elas da promoção da educação ou promoção
profissional. Mas por que isso está ocorrendo? São respostas complexas, e que
não podem ser respondidas facilmente.
A escola está agonizando e junto com ela
o professor está entrando em sofrimento.
Em uma breve relação de fatos podemos começar com a falta de limite dos
alunos, que provêm de meios diversos, onde este meio em que vivem influenciam com
muito impacto em nossos alunos. Crianças que chegam as escolas sem limites,
violentos, abusados, drogados, com problemas cognitivos e de desenvolvimento,
sem estrutura ou apoio familiar. Sendo muitas vezes o alvo real o descaso
familiar com a criança os geradores e reforçadores tais comportamentos.
Muitos educadores têm sentido “na pele”
o que é a violência dentro das escolas, muitos são agredidos verbal e
fisicamente. É grande a porcentagem de professores que está fora de sala de
aula por causa deste tipo de trauma. Está designado ao mestre, neste século,
não somente ser mediador e ensinar, mas, também, educar. E quando falamos em
educar é no sentido literal da incumbência que seria da família, tal como dar
os limites já mencionados, ensinar a criança a respeitar para ser respeitado,
lidar com frustrações e toda uma gama da educação que cabe a família.
Todos estes fatos são muito impactantes,
pois o professor lida com isto diariamente. E isso é preocupante ao extremo,
pois estes confrontos entre o querer fazer e o não poder estão nos desencorajando.
“É
minha hipótese que o sofrimento dos professores, as suas queixas frequentes
quanto ao insuportável trabalho docente e, no limite, o seu adoecimento
expressam, sintomaticamente, a situação de abandono em que se encontra a
escola; sugerem uma certa desistência da educação enquanto projeto de
preparação de crianças e jovens para que encontrem o seu lugar no mundo adulto.
Desistindo da realização do projeto educativo, os professores, na verdade,
estariam se demitindo de sua posição de educador e, em
decorrência, renunciando ao ato educativo. Cláudia Murta, 2002. s/p.
O trabalho docente se torna
cansativo e obrigatório, também por causa do descaso das autoridades, dos
governos dos estados, que não dão o justo valor ao serviço do professor. Não é
pago um salário justo e digno, e na atual conjuntura do nosso estado, nem mesmo
os salários em dia. A sobrecarga de serviço é enorme, e a compensação é quase
nula. É dito que o professor tem regalias e ganha até mesmo para trabalhar em
casa. Sabemos que esta compensação financeira está aquém das necessidades
destes indivíduos. Os salários não estão compensando o alto desgaste físico,
emocional que o professor vem enfrentando.
As escolas estão sucateadas, sem
apoio financeiro dos órgãos públicos, a verba da merenda é medíocre e nos
perguntamos como podem crianças carentes aprenderem com fome. É nosso
testemunho fiel que muitos alunos recebem, na merenda, três ou quatro bolachas
no turno.
Os professores tentam exaustivamente
colocar seus projetos em andamento, mas sem apoio, nem sempre podem comprar com
sua verba material para dar aos alunos. Por mais criativos que sejam, em algum
momento são necessários alguns itens que a escola não possui. Vivemos a
realidade onde as escolas não têm verba para a merenda e muito menos para lápis
de escrever e folhas de ofício. Material básico em qualquer escola.
A cada dia, o professor enfrenta
trabalhos Herculanos, insiste, prossegue, mas a que custo? Emocional! Financeiro! Profissional! Vai aos poucos
abandonando suas convicções. Vai desassistindo seus alunos, tenta ser
resiliente, mas as dificuldades custam a ser superadas e vamos pouco a pouco
vendo colegas desistirem de educar. Não podemos censurá-los, pois quantas vezes
já não pensamos em desistir e fazer algo diferente.
Referências bibliograficas:
Murta, Cláudia - intitulado Magistério e sofrimento psíquico:
contribuição para uma leitura psicanalítica da escola. Publicado nos Anais do
3º. Colóquio do LEPSI/FE-USP, São Paulo em 2002. s/p.
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